domingo, 30 de março de 2008

Eu Te Compreendo



Leiam atentamente esse texto,
quem sabe ele não trará muitas respostas
e decisões importantes para sua vida.
Paz, Luz e Amor.
Ceiça Pucci

Eu Te Compreendo

Eu sei das tuas tensões, dos teus vazios e da tua inquietude. Eu sei da luta que tens travado à procura de Paz. Sei também das tuas dificuldades para alcançá-la. Sei das tuas quedas, dos teus propósitos não cumpridos, das tuas vacilações e dos teus desânimos.

Eu te compreendo... Imagino o quanto tens tentado para resolver as tuas preocupações profissionais, familiares, afetivas, financeiras e sociais. Imagino que o mundo, de vez em quando, parece-te um grande peso que te sentes obrigado a carregar. E tantas vezes, sem medir esforços. Eu conheço as tuas dúvidas, as dúvidas da natureza humana.

Percebo como te sentes pequeno quando teus sonhos acalentados vão por terra, quando tuas expectativas não são correspondidas. E essas inseguranças com o amanhã? E aquela inquietação atroz em não saberes se amanhã as pessoas que hoje te rodeiam ainda estarão contigo? De não saberes se reconhecerão o teu trabalho, se reconhecerão o teu esforço. E, por tudo isto, sofres, e te sentes como um barco sozinho num mar imenso e agitado. E não ignoro que, muitas vezes, sentes uma profunda carência de amor. Quantas vezes pensaste em resolver definitivamente os teus conflitos no trabalho ou em casa. E nem sempre encontraste a receptivamente esperada ou não tiveste força para encaminhar a tua proposta. Eu sei o quanto te dói os teus limites humanos e o quanto às vezes te parece difícil uma harmonia íntima. E não poucas vezes, a descrença toma conta do teu coração.

Eu te compreendo... Compreendo até tuas mágoas, a tristeza pelo que te fizeram, a tristeza pela incompreensão que te dispensaram, pelas ingratidões, pelas ofensas, pela palavras rudes que recebeste. Compreendo até as tuas saudades e lembranças. Saudade daqueles que se afastaram de ti, saudade dos teus tempos felizes, saudade daquilo que não volta nunca mais... E os teus medos? Medo de perderes o que possuis, medo de não seres bom paraaqueles que te cercam, medo de não agradares devidamente às pessoas, medo de não dares conta, medo de que descubram o teu íntimo, medo de que alguém descubra as tuas verdades e as tuas mentiras, medo de não conseguires realizar o que planejaste, medo de expressares os teus sentimentos, medo de que te interpretem mal.

Eu compreendo esses e todos os outros medos que tens dentro de ti. Sou capaz de entender também os teus remorsos, as faltas que cometeste, o sentimento de culpa pelos pequenos ou grandes erros que praticaste na tua vida. E sei que, por causa de tudo isso, às vezes te encontras num profundo sentimento de solidão. É quando as coisas perdem a cor, perdem o gosto e te vês envolto numa fina camada de indiferença pela vida. Refiro-me àquela tua sensação de isolamento, como se o mundo inteiro fosse indiferente às tuas necessidades e ao teu cansaço. E nesse estado, és envolvido pelo tédio e cada ação ou obrigação exige de ti um grande esforço. Sei até das tuas sensações de estares acorrentado, preso; preso às normas, aos padrões estabelecidos, às rotineiras obrigações: "Eu gostaria de... mas eu tenho que trabalhar, tenho que ajudar, tenho que cuidar de, tenho que resolver, tenho que!...".

Eu te compreendendo... Compreendo os teus sacrifícios. E a quantas coisas tens renunciado, de quantos anseios tens aberto mão!... E sempre acham que é pouco... Pouca coisa tens feito por ti e tua vida, quase toda ela, tem sido afinal dedicada a satisfazer outras pessoas. Sei do teu esforço em ajudar às outras pessoas e sei que isso é a semente de tuas decepções. Sei que, nas tuas horas mais amargas, até a revolta aflora em teu coração. Revolta com a injustiça do mundo, revolta com a fome, as guerras, a competição entre os homens, com a loucura dos que detêm o poder, com a falsidade de muitos, com a repressão social e com a desonestidade.

Por tudo isso, carregas um grau excessivo de tensões, de angústia e de ansiedade. Sonhas com uma vida melhor, mais calma, mais significativa. Sei também que tens belos planos para o amanhã. Sei que queres apenas um pouco de segurança, seja financeira ou emocional, e sei que lutas por ela. Mas, mesmo assim, tuas tensões continuam presentes. E tu percebes estas tensões nas tuas insônias ou no sono excessivo, na ausência de fome ou na fome excessiva, na ausência de desejo para o sexo ou no desejo sexual excessivo. O fato é que carregas e acumulas tensões sobre tensões: tensões no trabalho, nas exigências e autoritarismos de alguns, nas condições inadequadas de salário e na inexistência de motivação, nos ambientes tóxicos das empresas, na inveja dos colegas, no que dizem por trás. Tensões na família, nas dependências devoradoras dos que habitam a mesma casa; nos conflitos e brigas constantes, onde todos querem ter razão; no desrespeito à tua individualidade, no controle e cobrança das tuas ações.

Eu te compreendo, e te compreendo mesmo. E apesar de compreender-te totalmente, quero dizer-te algo muito importante. Escuta agora com o coração o que te vou dizer: Eu te Compreendo, mas não te apóio! Tu és o único responsável por todos estes sentimentos. A vida te foi dada de graça e existem em ti remédios para todos os teus males. Se, no entanto, preferes a autocomiseração ao invés de mobilizares as tuas energias interiores, então nada posso te oferecer. Se preferes sonhar com um mundo perfeito, ao invés de te defrontares com os limites de um mundo falho e humano, nada posso te oferecer. Se preferes lamentar o teu passado e encontrar nele desculpas para a tua falta de vontade de crescer; se optastes por tentar controlar o futuro, o que jamais controlarás com todas as suas incertezas; se resolveste responsabilizar as pessoas que te rodeiam pela tua incompetência em tratar com os aspectos negativos delas, em nada posso te ajudar. Se trocaste o auto-apoio pelo apoio e reconhecimento do teu ambiente, então nada posso te oferecer. Se queres ter razão em tudo que pensas; se queres obter piedade pelo que sentes; se queres a aprovação integral em tudo que fazes; se escolhestes abrir mão de tua própria vida, em nome do falso amor, para comprares o reconhecimento dos outros, através de renúncias e sacrifícios, nada posso te oferecer. Se entendeste mal a regra máxima "Amar ao próximo como a ti mesmo", esquecendo-te de amar a ti mesmo, em nada posso te ajudar.

Se não tens um mínimo de coragem para estar com teus próprios sentimentos, sejam agradáveis ou dolorosos; se não tens um mínimo de humildade para te perdoares pelas tuas imperfeições; se desejas impressionar os outros e angariar a simpatia para teus sofrimentos; se não sabes pedir ajuda e aprender com os que sabem mais do que tu; se preferes sonhar, ao invés de viver, ignorando que a vida é feita de altos e baixos, nada posso te oferecer. Se achas que pelo teu desespero as coisas acontecerão magicamente; se usas a imperfeição do mundo para justificar as tuas próprias imperfeições; se queres ser onipotente, quando de fato és simplesmente humano; se preferes proteção à tua própria liberdade; se interiorizaste em ti desejos torturadores; se deixaste imprimirem-se em tua mente venenosas ordens de: "Apressa-te!", "Não erres nunca!", "Agrade sempre!"; se escolheste atender às expectativas de todas as pessoas; se és incapaz de dar um Não quando necessário, em nada posso te ajudar. Se pensas ser possível controlar o que os outros pensam de ti; se pensas ser possível controlar o que os outros sentem a teu respeito; se pensas ser possível controlar o que os outros fazem; se queres acreditar que existe segurança fora de ti, repito: Eu te Compreendo mas, em nome do verdadeiro Amor, jamais poderia apoiar-te!

Se recusas buscar no âmago do teu ser respostas para os teus descaminhos, se dás pouca importância a teus sussurros interiores; se esqueceste a unidade intrínseca dos opostos em nossa vida terrena; se preferes o fácil e abandonaste a paciência para o Caminho; se fechaste teus ouvidos ao chamado de retorno; se perdeste a confiança a ponto de não poderes entregar tua vida à vontade onipotente de Deus; se não quiseste ver a Luz que vem do Leste; se não consegues encontrar no íntimo das coisas aquele ponto seguro de equilíbrio no meio de todas as tormentas e vicissitudes; se não aceitas a tua vocação de Viajante com todos os imprevistos e acidentes da Jornada; se não queres usar o tempo, o erro, a queda e a morte como teus aliados de crescimento, realmente nada posso fazer por ti.

Se aspiras obter proteção quando o que precisas é Liberdade; se não descobriste que a verdadeira Liberdade e a autêntica Segurança são interiores; se não sabes transformar a frase "Eu tenho que..." na frase "Eu quero!"; se queres que o fantasma do passado continue a fechar teus olhos para a infinidade do teu aqui e agora; se queres deixar que o fantasma do futuro te coloque em posição de luta com o que ainda não aconteceu e, provavelmente, não chegará a acontecer; se optaste por tratar a ti mesmo como a um inimigo; se te falta capacidade para ver a ti mesmo como alguém que merece da tua própria parte os maiores cuidados e a maior ternura; se não te tratas como sendo a semente do próprio Deus; se desejas usar teus belos planos de mudar, de crescer, de realizar, como instrumentos de auto-tortura; se achas que é amor o apego que cultivas pelos teus parentes e amigos; se queres ignorar, em nome da seriedade e da responsabilidade, a criança brincalhona que habita em ti; se alimentas a vergonha de te enternecer diante de uma flor ou de um por de sol; se através da lamentação recusas a vida como dádiva e como graça, não posso te apoiar.

Mas, se apesar de todo o sono, queres despertar; se apesar de todo o cansaço, queres caminhar; se apesar de todo o medo, queres tentar; se apesar de toda acomodação e descrença, queres mudar, aceita então esta proposta para a tua Felicidade: A raiz de todas as tuas dificuldades são teus pensamentos negativos. São eles que te levam para as dores das lembranças do passado e para a inquietação do futuro. São esses pensamentos que te afastam da experiência de contato com teu próprio corpo, com o teu presente, com o teu aqui e agora e, portanto, distanciando-te de teu próprio coração. Tens presentes agora as tuas emoções? Tens presente agora o fluxo da tua respiração? Tens presente agora a batida do teu coração? Tens agora a consciência do teu próprio corpo? Este é o passo primordial. Teu corpo é concreto, real, presente, e é nele que o sofrimento deságua e é a partir dele que se inicia a caminhada para a Alegria. Somente através dele se encaminha o retorno à Paz.

Jamais resolverás os teus problemas somente pensando neles. Começa do mais próximo, começa pelo corpo. Através dele chegarás ao teu centro, ao teu vazio, àquele lugar onde a semente germina. Através da consciência corporal, galgarás caminhos jamais vistos, entrarás em contato com os teus sentimentos, perceberás o mundo tal como é e agirás de acordo com a naturalidade da vida. Assume o teu corpo e os teus sentimentos, por mais dolorosos que sejam; assume e observa-os, simplesmente observa-os. Não tentes mudar nada, sê apenas a tua dor. Presta atenção, não negues a tua dor. Para que fingir estar alegre se estás triste? Para que fingir coragem se estás com medo? Para que fingir amor se estás com ódio? Para que fingir paz se estás angustiado? Não lutes contra teus sentimentos, fica do teu próprio lado, deixa a dor acontecer, como deixas acontecer os bons momentos. Pára, deixa que as coisas sejam exatamente como são. Entra nos teus sentimentos sem os julgar, não fujas deles, não os evites, não queira resolvê-los escapando deles - depois terás de te encontrar com eles novamente, é apenas um adiamento, uma prorrogação. Torna-te presente, por mais que te doa. E, se assim fizeres, algo de muito belo acontecerá!


Assim como a noite veio, ela também se irá e então testemunharás o nascer do dia, pois à noite o sol escurece até a meia-noite e, a partir daí, começa um novo dia. Se assim fizeres, sentirás brotar de dentro de ti uma força que desconhecias e te sentirás renovado na esperança e a vida entrando em ti. Se assim fizeres, entenderás com o coração que a semente morre mesmo, totalmente, antes de germinar e que a morte antecede a vida.

E, se assim fizeres, poderei dizer-te então que: Eu te Compreendo e que, assim, tens todo o meu apoio! E verás com muita alegria que, justamente agora, já não precisas mais do meu apoio, pois o foste buscar dentro de ti e o encontraste dentro da tua própria dor!"

Antonio Roberto Soares

3t- Anything



Podemos acreditar que tudo que a vida nos
oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje.
Mas, se prestarmos atenção,
vamos nos dar conta de que nenhum dia é igual a outro.
Cada manhã traz uma benção escondida;
uma benção que só serve para esse dia e
que não se pode guardar nem desaproveitar.
Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.
Este milagre está nos detalhes do cotidiano;
é preciso viver cada minuto porque ali encontramos
a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons
momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos.
Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual
ao anterior porque todos os dias são diferentes,
porque estamos em constante processo de mudança.
(Paulo Coelho)

terça-feira, 25 de março de 2008

Solidão


Solidão

Juliana -> chora baixinho enquanto o marido ressona ao seu lado na cama. A pior solidão: a solidão a dois.

Verônica -> olha através da vidraça os pingos de chuva. São melancólicos e tristes como sua vida. O telefone está ao lado. Silencioso, maldoso. Não toca! Ela espera um telefonema do namorado. Nada! Sentada no sofá remói uma solidão doída feita de finais de semana vazios e longos. E... ele não telefona!

Maria -> corre para o quarto e fecha a porta. A casa está cheia e os parentes falam muito enquanto comem macarronada. No entanto, seu coração está solitário e triste.

João -> chega ao escritório. A mesa lotada de serviço e o vozerio dos funcionários ecoa em seus ouvidos. Segunda-feira ensolarada! No entanto, João se sente extremamente só!

Sentir-se só e estar sozinho(a) são coisas muito diferentes. Uma pessoa que mora sozinha pode se sentir bem e segura. Outra vive rodeada de amigos e se sente muito só.

Somos emocionalmente instáveis, sensíveis ao estímulos exteriores. Problemas do mundo, na família e na comunidade podem nos afetar e mexer com nossos sentimentos mais profundos.

Se você sempre se sente só deve refletir sobre seus sentimentos e avaliar a sua vida. Esta solidão doída e freqüente pode ser o sintoma de um início de depressão ou então uma sensação passageira. A sensação de se sentir separado(a) das pessoas incomoda muito.

O mundo moderno oferece uma gama de recursos para a aproximação entre as pessoas: Internet, TV, Rádio, telefone e celular. Estes recursos feitos pelo homem também são falhos. A máquina pode falhar.

Nas datas festivas, esta sensação de isolamento e solidão pode piorar. Datas como: Natal, Ano Novo, aniversário. Pessoas que têm tendência à depressão costumam se sentir muito tristes nestes dias. Algumas relembram sofrimentos passados, perdas de pessoas amadas, etc. Neste momento, procure estar ao lado de pessoas amigas. A proximidade dos parentes e dos amigos pode ajudar quando as datas festivas são relembradas com tristeza.

Vez ou outra podemos nos sentir sozinhos. Isso não é ruim! Pode ser um bom momento para avaliar os seus sentimentos .Procurar nos estímulos externos a saída para a solidão nem sempre funciona. Nascemos sós e morreremos sós. Vivemos nossa experiência individualmente. Um amigo(a), familiar ou a pessoa amada podem nos ajudar a viver melhor, mas a experiência de cada um é vivida individualmente.

Algumas pessoas se sentem sozinhas, porque não têm um amor. Outras pessoas se sentem sozinhas porque têm um amor e ele causa sofrimento.

Se você aprender a viver bem consigo(a) mesmo(a) estará sempre mais forte embora se sinta sozinho(a) algumas vezes. Saiba que as situações são passageiras e tudo muda constantemente. Recicle-se interiormente. Esta é a saída para o vazio interior e a sensação cruel de isolamento.

Procure outras formas de contato social ou lazer. Se você se sente mal dentro de casa, saia e dê uma volta. Se está entre os amigos(as) e se sente solitário(a) volte para casa. Procure um bom livro ou ouça uma boa música. Mantenha suas emoções sob controle! Você não pode controlar os acontecimentos à sua volta, mas pode controlar suas emoções.

Sentir-se só é diferente de se sentir triste ou desesperado. Avalie muito bem o termômetro do seu coração. Volte-se para si mesmo (a) e dentro de você encontrará a resposta para suas perguntas.

Quando o desespero e a ansiedade se aliam à sensação de se sentir só, procure ajuda! Sua essência interior sempre busca a felicidade e a alegria. A raiz da nossas emoções reside em nossos pensamentos, sentimentos e atitudes.

Lembre-se: Você nasceu para ser feliz! Você não nasceu para sofrer!


Muitas pessoas se queixam de solidão e são as responsáveis por seu universo solitário e ruim. Possuem um temperamento difícil, são intolerantes ou egoístas e acabam afastando as pessoas. Outras se queixam muito o tempo todo e quando caem em si, todos se afastaram. Pense nisso!

Algumas pessoas se queixam que não tem facilidade para arrumar um amor e estão sempre sozinhas. No entanto, não saem de casa e se isolam das pessoas. Outras mantém uma expectativa muito alta sobre as pessoas. Quando alguém as decepciona elas se fecham em si mesmas e acusam o mundo de responsável por sua solidão e tristeza.

Somos o resultado de nossos pensamentos e atitudes! Cada atitude nos atrai para determinada situação! Está em nossas mãos maior qualidade de vida.

Você é sempre responsável por sua solidão ou tristeza. Somente você e não os outros! Acredite que todos os momentos ruins passam e que, há sempre luz no final do túnel! A Fé e a Esperança são boas aliadas para manter a solidão doentia longe de você. Um comportamento otimista atrai as pessoas e favorece o contato social.

Vamos! Enxugue as lágrimas e acredite que é um ser único e especial! Quantas pessoas esperam por um amigo(a) como você! Xô .... Xô... Solidão!

Sandra Cecília


quarta-feira, 5 de março de 2008

Dor de Amor


Dor de Amor

Com freqüência atendo pessoas que chegam ao meu consultório sofrendo com o término de um relacionamento afetivo ou por estar vivendo um momento de crise na relação amorosa.

É comum um misto de dor, tristeza, raiva, mágoa, desolamento, medo, dúvida, frustração, desejo de revidar e desespero, tomar conta do mundo emocional nestas horas e os sentimentos ficam tão intensos e misturados que é até difícil identificar o que se sente, levando muitos a acreditar que estão sofrendo por amor. Será?

Será que o amor dói? Será que existe dor de amor?

Amor não dói. Amor cura e equilibra.

O que dói no final de um relacionamento ou quando ele passa por uma prova difícil é não vermos nossos sonhos realizados, nem sermos atendidos em nossos desejos, ou ainda, o orgulho ferido e a decepção.

O apego e o sentimento de posse também fazem sofrer e crer que não há possibilidade de vida fora daquele relacionamento ou daquela forma de se relacionar.

Todavia, quando o que prevalece em nossos sentimentos é o amor, não há espaço para medos, dúvidas, inveja, raiva, desejos de vingança, ódio, posse ou desespero.

“Mas se eu amo tanto, como pode, de repente, o amor virar isso, tanta mágoa, tanta raiva, tanta confusão?” Costumam perguntar.

É, o amor não pode mesmo virar raiva ou mágoa.

O que normalmente ocorre é que o amor convive com nossas inseguranças, com nossos medos e dúvidas, com a raiva, com os apegos, com o desejo de vingança, com o ciúme, com o orgulho e com o egoísmo e com todas essas nossas facetas tão humanas que ainda não foram suficientemente educadas e trabalhadas, e que por isso, numa crise podem tornar-se predominantes escondendo ou turvando o amor por causa das urgências e das necessidades que nos impõem.

Assim, ao perdermos o contato com o amor, não somente com o amor que sentimos pelo parceiro, mas principalmente com a capacidade de amar, o sofrimento toma conta de nosso mundo interior fazendo com que se ache que o que está nos fazendo sofrer é o amor que nutríamos até então.
Mas sentir amor não dói.


Quem ama de forma aberta, madura, quando vê partir seu companheiro ou se vê envolto numa crise relacional, sente tristeza, o que é normal; às vezes, até um inconformismo momentâneo, talvez uma pitada de raiva, mas o amor, ou a capacidade de amar, por ser maior que todos esses sentimentos, é predominante e tem o poder de reequilibrar este coração, que se sente forte e vitorioso, ainda que arranhado. E, mantendo-se sereno, não cultiva desejos de revide, nem desesperos, nem dúvidas, medos ou ódios. Quem ama sente-se capaz de amar sempre e de novo, e mais uma vez, se preciso for.

O desafio, então, é aprender a amar de verdade. Aprender a construir em si um amor que não seja esquecido no primeiro erro do ser amado, que não se esconda quando o ego não se sentir atendido em seus desejos ou caprichos. Amor que consiga enxergar suas próprias necessidades permanecendo em contato com as necessidades do seu parceiro criando um equilíbrio no querer.

Amor capaz de sacrifícios sem lamúrias.
Amor capaz de perdoar e seguir em frente
acompanhando o soerguimento daquele que errou.
Amor capaz de encher a vida de felicidade.

Portanto, se sentimos que sofremos por causa de uma relação afetiva, ao invés de culparmos o amor, seria mais interessante se perguntar se o sofrimento não foi causado por uma carência afetiva, por uma baixa auto-estima; se não é a vontade, o desejo de possuir e comandar a vida do outro de forma que ele nos atenda ou de modo que ele seja o que sonhamos; se não é o egoísmo e/ou orgulho ferindo nossa sensibilidade, que nos faz sofrer.

Aprendendo a amar, libertamos a nós mesmos de muitos sofrimentos e melhoramos a qualidade das relações afetivas transformando-as em relações verdadeiramente amorosas.

Acredito que melhor seria dizer que o que pode nos trazer dor é não sabermos conviver e nem nos comunicar bem; é o perfeccionismo que atrelamos ao sucesso da relação afetiva; é querer moldar o outro à imagem que temos do ideal procurado; é não termos autoconhecimento, nem auto-estima; é pensar que o outro tem poder de nos fazer felizes ou infelizes; é achar que temos poder e direitos sobre a vida do companheiro; é acreditar que se vive um conto de fadas e por isso entender que o ser amado é infalível, incapaz de ferir, e que nós somos especiais, de tal forma que, ninguém pode nos trair, aborrecer, desobedecer ou nos deixar.

Assim, a todos os que me procuram reclamando “das dores de amor”, ofereço, através da terapia floral, primeiramente, o conforto restaurador e equilibrador das belas forças da natureza e, a seguir, o antídoto para seu sofrimento que vem do autoconhecimento associado a reconexão com seu propósito de vida, com a auto-estima e com suas qualidades e virtudes, especialmente, acreditem, a do amor.

E ao permitir que ele, o amor, inunde de novo o mundo interior, renovam-se as forças da vida, a coragem de prosseguir e a possibilidade de ser feliz.

Thais Accioly é Terapeuta floral, especialista em essências florais pela Escola de Enfermagem da USP.

Ciúme: Armadilha Do Amor Dependente



Ciúme: Armadilha Do Amor Dependente

O ciúme é o medo da perda, mas perda de quê? Em primeiro lugar, da autoconfiança, pois ao escolher alguém que você supõe irá traí-lo(a), isso significa que você não confia na sua capacidade de escolha. Mas há também o medo de perder o controle sobre o parceiro e sobre a própria relação, o que acontece com freqüência quando um significa todo o suporte ou o sentido da vida do outro. “Este tipo de ciúme gera medo, insegurança e ansiedade. É muito perigoso colocar o(a) parceiro(a) como o ar que se respira, porque se ele(a) se afastar, aquele que é deixado sente-se vazio e perdido”, diz a psicóloga Aparecida Nogueira.

Uma das grandes causas de desrespeito, mágoa e separação de casais, o ciúme é um sentimento corrosivo que pode crescer a ponto de sufocar a saúde mental e física dos parceiros.“No ciúme existe o desconforto de uma experiência real ou imaginária de medo”, diz a psicóloga Mônica Levi. “Medo principalmente de perder o parceiro para outra pessoa”, completa. Muitas vezes, a raiz do ciúme se encontra na infância, em relacionamentos complicados com a figura da mãe ou do pai, ou da pessoa que exercia esse papel na vida da pessoa

Quem ama cuida, mas não demais!

Muita gente justifica seu ciúme como uma postura de cuidado, e não de cerceamento à liberdade do outro”, diz o psicólogo Eduardo Ferreira Santos, autor do livro “Ciúme: o lado amargo do amor”, explicando que zelar por alguém, significa cuidar. “Mas o ciumento não trata o outro bem já que desconfia dele”, diz.

O ciumento fala do outro com raiva, e à medida que o ciúme aumenta, o maltrato também evolue, podendo chegar à violência e até à morte. O primeiro passo para que o zelo se transforme em ciúme, segundo Eduardo, é a relação simbiótica, caracterizada pela necessidade de ter o outro.

A simbiose é a idéia de que no casal não existem duas individualidades distintas, mas um único ser. Esse sentimento é baseado na dependência e não no desejo de compartilhar com o outro.

A dependência é doentia e torna as pessoas infelizes. Mesmo assim é muito comum e acontece quando um dos parceiros não se sente capaz de viver por si próprio e de enfrentar o mundo.

Essa sensação de não ser completo(a) cria a ilusão de uma absoluta necessidade da outra pessoa. Como conseqüência, surge o pânico de ser perder o controle e ser abandonado(a).

O ciúme surge como um mecanismo inconsciente que busca controlar e reter o outro só para si. Tudo o que não se encontra dentro da relação simbiótica passa a representar uma ameaça ao parceiro que não suporta a idéia de ser abandonado(a).

Não se trata de não sentir ciúme nunca, já que este é uma expressão de uma emoção. A questão é não se deixar dominar por ele e, ao contrário, dominar a sua expressão a fim de que não cause danos nem à pessoa nem ao relacionamento.

O ciúme é péssimo tanto para quem sente como para quem se torna sua vítima. É um sentimento que desgasta muita energia psicológica, que faz com que o indivíduo deixe de saber quem ele é.

Enquanto uma pessoa vigia outra, não está olhando para si própria, num mecanismo de defesa que a impede de perceber quais são os seus cinqüenta por cento na relação.

O ciúme é algo cruel quando exagerado, quando fora de controle, pois a pessoa fica sem ter contato com as suas verdadeiras emoções e não percebe o medo que se encontra dentro de si e suga as suas energias provocando devastações internas e destruindo relacionamentos.

Fernanda Dannemann

3T feat. Michael Jackson - Why


Nos ciúmes existe mais amor-próprio do que verdadeiro amor.
(François La Rochefoucauld)