terça-feira, 6 de maio de 2008

Qualquer Forma De Amar Vale A Pena?


Qualquer Forma De Amar Vale A Pena?

Todos tendemos a acreditar que o sofrimento é um sinal de amor verdadeiro, que se recusar a sofrer por amor é egoísmo, e que se um homem tem um problema a mulher deveria, então, ajudá-lo a mudar. Estas são algumas das crenças que ajudam a criar os sintomas de “mulheres que amam demais”, o vício de amar.

Quando amar significa sofrer, não é amor, é dor. E dor é sinal de que algo está mal ou doente e precisa ser tratado, cuidado.

Isto não pode ser feito pelo parceiro, não adianta querer que ele faça os curativos, amando incondicionalmente e que proteja de dores passadas e futuras.

Quando atribuímos ao outro o poder de nos fazer felizes é porque temos dificuldade de gostar de nós mesmos, é falta de auto estima e de auto valorização. Enfim, é falta de amor próprio, e amor próprio não diz respeito ao outro, mas a nós mesmos. Antes de ser uma dificuldade de relacionar-se com o outro, é uma dificuldade de relacionar-se consigo mesmo.


Como uma pessoa que não se ama pode conseguir acreditar que um outro poderia amá-la? Parece difícil, não?

Não se sentir digna de amor e incapaz de cuidar de si mesma gera uma imensa necessidade de ser amada, para cobrir esse vazio, e um grande medo de ser rejeitada e abandonada. Esta é uma crença bastante limitante e, portanto, um caminho estreito em direção ao sofrimento. Esta postura mental certamente é refletida a nível comportamental, passando uma mensagem inconsciente que atrairá homens inadequados e inacessíveis para cumprir a auto profecia criada pela crença que diz que ela será abandonada por não merecer amor.

Uma pessoa com este padrão mental conseguirá somente relacionamentos difíceis e sofridos, o que não é nada sadio. Mas, apesar de sofrer, não quer sentir a dor do abandono e quer acreditar que a força do seu amor ou do seu sofrimento poderá mudar o comportamento do outro e obter o amor que deseja. Assim se esforça e “ama” cada vez mais e mais.

É assim que o amor se torna um vício, onde a mulher se sente dependente deste homem. A função do vício de uma forma geral é anestesiar a dor de uma realidade intolerável. No caso do vício de amar, a euforia da paixão e até mesmo o sofrimento anestesia a dor maior de não se amar e de não se sentir capaz de cuidar de si mesma.

Sair desse círculo vicioso sozinha é quase impossível. É necessária a ajuda de uma terapia e apoio de um grupo terapêutico com profissionais especializados em relacionamentos. O primeiro passo é o reconhecimento e o caminho para resgatar o poder pessoal é o auto conhecimento.

Crenças e valores funcionam em um nível diferente da realidade e por isso difíceis de mudar com regras de pensamento lógico e racional. Quanto menos nos conhecemos, mais chance temos de achar que somos errados enquanto pessoa. Através do auto conhecimento, aprendemos a arte de acreditar que podemos ser felizes e aumentamos nosso potencial para tanto. Reconhecemos em nós crenças e talentos fortalecedores e transformamos as crenças que nos limitavam criando assim condições para sermos verdadeiramente felizes e conseqüentemente nos relacionarmos mais saudavelmente.

Ser feliz no amor é possível. Para isso é preciso amar o outro. Para amar o outro é preciso amar a si mesmo. Para se amar, é preciso se respeitar. Para se respeitar é preciso se aceitar. Para se aceitar é preciso se conhecer.

Seja feliz.

Eliana Guimarães e Sonia Belotti

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo em gênero,número e grau...
E,pq ainda não aprendi a me amar....