quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Relações Destrutivas


Relações Destrutivas

No início da década de 60, alguns cientistas realizaram experiências com animais para tentar determinar algo a respeito do instinto de defesa e fuga nos seres humanos. Em uma das experiências, eles eletrificaram a metade direita de uma grande jaula, de modo que um cão preso nela recebesse um choque cada vez que ali pisasse. O cão aprendeu rapidamente a permanecer no lado esquerdo da jaula.Em seguida, a mesma instalação foi passada para o lado esquerdo da jaula e o cão logo reorientou, aprendendo a ficar do lado sem choques. A partir disso, os cientistas prepararam todo o chão, de modo que, onde quer que o cão estivesse, ele acabaria levando um choque. Inicialmente o animal demonstrou estar confuso e depois entrou em pânico. Finalmente, desistiu e se deitou, aceitando os choques. Depois, a jaula foi aberta. Esperava-se que o cão saísse correndo, mas ele não saiu. Embora pudesse abandonar a jaula quando bem entendesse, ele ficou ali recebendo os choques.

O que quero mostrar através desta experiência é que nós, seres humanos, agimos assim com muita freqüência. Nos permitimos levar choques, entramos ou permanecemos em situações destrutivas, castradoras, acumulando mágoas e traumas até um ponto que não sabemos mais diferenciar o que faz bem do que não faz. Nos adaptamos as mais diferentes formas de violência, seja física ou emocional. Porém, não podemos permanecer neste estado, perdendo nosso poder de defesa e de luta, deixando de buscar o que acreditamos e valorizamos.

Entramos em relações destrutivas na ânsia de compensar perdas e rejeições anteriores. Sem discernimento, nos deixamos envolver nestas situações porque a princípio parecem nos fazer felizes ou assim queremos acreditar, e não resistimos. Nos deixamos seduzir, mesmo quando algo nos diz para dizer não, talvez muito mais por uma ilusão, idealização ou carência, do que pela própria realidade. Quando realmente conseguimos perceber, já estamos envolvidos com pessoas e situações que nos machucam e nos impedem de crescermos.

Em função da própria carência ou em decorrência da busca de uma vida feliz, há pessoas que se tornam vulneráveis e se deixam envolver com certa facilidade. Se algo ou alguém nos dá a impressão que irá preencher um vazio, nos agarramos sem questionar. Em virtude do cansaço de tanto nos defendermos ou da perda das defesas psicológicas, acabamos por ceder.

Seja em relacionamentos infelizes, tanto na vida afetiva, quanto em situações de exploração ou no trabalho não-reconhecido, é muito difícil libertar-se da dependência depois que a deixamos instalar. Não é fácil perceber e aceitar que muitas vezes nos tornamos acomodados e dependentes do que nos faz mal. Importante: não falo aqui da dependência financeira, mas principalmente da emocional.

Quando permitimos ser privados de nossa saúde mental e de nossos próprios instintos, não é fácil o caminho de retorno, como o cão que não mais percebe que a porta da jaula eletrificada está aberta. Isto por que a tomada de consciência da dependência é um processo psicológico dolorido, como se o conhecimento das causas doesse mais que o sofrimento.

Quando desvalorizam tudo o que fazemos ou criamos, seja o que for, é como se jogassem no lixo nosso 'eu' mais verdadeiro. Neste caso, a pessoa cai num tipo de indiferença consigo mesma, porque perdeu o auto-respeito, a confiança e a capacidade de se amar, como se passasse a se punir por ter permitido que o outro rompesse suas barreiras mais caras e ultrapasse os limites da sua individualidade.

Nos perdemos não só porque os outros não respeitam nossos limites, vontades e desejos, mas principalmente porque nós próprios não os respeitamos. Mesmo machucados, dilacerados em nossos sentimentos mais íntimos, insistimos em manter a situação. Abaixamos nossa cabeça, calamos nossas vozes, fechamos nossos olhos e acreditamos estar vivendo. Viver?... Como viver sem alegria, sem crescimento, sem transformação, afastados de tudo o que nos é importante?

Quando alguém é conduzido pelos valores dos outros por muito tempo, fecha-se num mundo sem cor, deixa-se aniquilar, anular, morrer internamente. As escolhas destrutivas machucam, nos fazem sentir no fundo do poço, mas também podem nos fazer aprender e crescer, desde que estejamos prontos a reconhecer os erros e a reagir.

Isto ocorre quando não mais conseguimos suportar e ao olharmos à nossa volta, questionamos o que fizemos com nossa vida. Que direito temos de nos destruir ou permitir que o outro o faça? Se a pessoa percebe isso, reúne forças para recolher os pedaços que sobraram, cuidar dos ferimentos e recomeçar a vida. Ela entende que ainda que um episódio represente um desastre, há outros episódios à sua espera, outras oportunidades de acertar, outros caminhos a tomar, apesar do medo que fica como seqüela.

Quantas vezes você não pediu para abrirem a porta para que você entrasse, mesmo sabendo que seria maltratado? Mas mesmo assim você entrou, talvez por ser a única porta que se abria... Ou quantas vezes você não permaneceu no mesmo lugar que era maltratado, mesmo com as portas abertas?... E lá ficou, mesmo sabendo que este não seria o seu lugar. Afinal, qual é mesmo o seu lugar?...

Rosemeire Zago


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Orgulho: O Arquiinimigo Do Perdão



Orgulho: O Arquiinimigo Do Perdão

Perdoar ou liberar perdão não é ter 'amnésia' sobre o ocorrido

Quem já não – ao ser tomado pelo ímpeto e na certeza de estar fazendo a coisa certa – feriu aquela pessoa com quem se convive? Seja numa resposta “atravessada” ou numa atitude grosseira, contribuímos de alguma forma com a divisão ou o isolamento das amizades. Passado algum tempo, já com a “cabeça fria”, percebemos que procedemos de maneira equivocada – ferindo pessoas ou até mesmo nos ferindo.

Refletir sobre o nosso ato nos ajuda a perceber o momento em que agimos precipitadamente; e dessa reflexão vem o remorso, o qual nos prepara para o pedido de desculpas.

Reconhecer que fomos precipitados nos argumentos, significa, muitas vezes, humilhar-se e se fazer pequeno, reconhecer que errou. Perdoar ou liberar perdão não é ter "amnésia" sobre o ocorrido, mas sim, disponibilizar-se a restabelecer o relacionamento abalado.

Do remorso ao perdão há uma pequena distância, mas o espaço é grande o bastante para residir o orgulho. Sentimento este que nos tentará convencer de que o ato de se desculpar ou reconhecer seu erro é atitude dos fracos.

Por outro lado, infelizmente, há pessoas que não aceitam as nossas desculpas. Preferem romper com os laços afetivos em vez de crescer e amadurecer por meio dos exercícios apresentados pela vida. Insistem em manter a irredutibilidade e a prepotência, que pensam possuir, em vez de dar o passo que romperá com as cadeias que as prendem. Talvez querendo cumprir a lei do "olho por olho, dente por dente", esperam por um momento de revanche. Enquanto isso, desperdiçam tempo e amargam seus dias remoendo o que já está resolvido para aquele que se dispôs a se desculpar.

A vida é muito curta para se gastar o precioso tempo com comportamentos que não trazem a sustentabilidade de nossas convivências. Pedir ou conceder perdão não nos exige mais do que podemos agüentar. Sabemos de pessoas que gastam muito tempo buscando motivos para justificar suas infelizes atitudes, fazendo-se de injustiçadas, em vez de adotar gestos de humildade e agir de maneira diferente. Na verdade, elas são vítimas do orgulho, que mata pessoas e sentimentos!

Mais importante – do que lembrar que não devemos desculpar – seria fazer uso da faculdade de reflexão e reconhecer que ninguém está acima dos lapsos e erros. Pois aquele, que errou hoje, poderá ser você amanhã...

Não percamos tempo monopolizando picuinhas, ressentimentos ou retendo perdão. Se uma situação especial o faz refletir – levando-o ao ato da reconciliação –, peça ou dê o perdão e continue a viver com a experiência adquirida.

Situações mal resolvidas afetam outras áreas de nossa vida. Talvez, por isso, existam ainda alguns problemas não “equacionados” em nossas vidas, pois esses são reflexos dos fragmentos dos “elos” que deixamos se perder ao longo do caminho.

José Eduardo Moura

A Vida Não É Simples


A Vida Não É Simples

Problemas e fases difíceis é uma realidade na vida de todo mundo. Normalmente, alguma situação ou setor da vida acaba tendo alguma dificuldade, ou status de problema. Você já parou para pensar o por quê de você estar passando por esta situação?

Cada vez que você resolve alguma dificuldade, acaba vindo uma outra igual, ou ainda maior?

É comum se desesperar, ou ao menos se sentir desmotivado para lidar com algum eventual obstáculo. Nem sempre sabemos o por quê, ou como lidar com eventos e pessoas que estão no nosso caminho. A forma como você dimensiona o que está acontecendo é fundamental para a resolução. Toda vez que você vê algo como um problema, você dá importância para o mesmo. Quando você tira a importância de si mesmo, acaba perdendo a força e o controle sobre a situação.

Agora eu pergunto novamente: Você já parou para analisar o por quê de estar passando por isso?

A resposta é bem simples. A vida está tentando lhe ensinar alguma coisa. Mas como assim????

A vida é uma força que acontece independente de você. Você morre, mais a vida continua. Esta força manipula as situações e realidades de cada um, para que possamos perceber e aprender lições que nos desenvolverão. A vida não é simples; é à busca do que seu espírito quer agora. Ela sempre procura maneiras de ajudar a sua verdadeira essência a se manifestar através de você.

Toda vez que você bloqueia o seu prazer, a sua verdadeira realização, ou a sua real vontade, você está indo contra a vida. O intuito de você estar aqui é o aprendizado e a superação. Transcendência de emoções, bloqueios e travas. Quanto mais você resistir a enxergar o real motivo do por que de uma situaçao, mais evidente se tornará à lição.

E não pense que a vida esta preocupada com o que é melhor para o seu ego. Ela está agindo “Sempre” para o que é melhor para o seu espírito. Quanto mais você resistir, mais a vida vai aumentar a chamada. Vai dimensionar enormemente o que você deve ver.

Muitas vezes, as pessoas sabem que devem mudar uma atitude, ou uma situação, mas ficam postergando a mudança por medo de perder o conforto. Não pense que este conforto é só material; o pior desligamento é de situações cômodas. Não que um relacionamento, ou até mesmo um trabalho estejam confortáveis. Você odeia o seu chefe, ou quer “matar”, de vez em quando, aquele namorado. O difícil é trocar “o certo, pelo duvidoso”. O que será que vai acontecer se eu me desligar?

A vida está mostrando que nada mais tem a ser acrescentado ali, mas você não acredita que algo melhor poderá vir se você largar o que já conhece!

Sabe qual é o grande truque? Pare e analise exatamente o que você sente com relação àquela situação. Mágoa; culpa; frustração? Entenda o que a vida está querendo te mostrar. Defina qual é o sentimento que aflora mediante os acontecimentos.

Agora procure ver o por quê de você se sentir assim. Por que fico magoado? Meu orgulho fica ferido? Por quê? Por que as coisas não acontecem do meu jeito? A pessoa não é como eu gostaria que fosse?

Entendeu como funciona? É simples! Se você se magoa, é porque se tornou magoável. Esta assim somente porque as atitudes que toma, são contra a sua verdadeira vontade, sua essência. Se você sente-se humilhado, é porque está com o orgulho ferido. E é este orgulho que você deve largar.

Cada vez que você se sente magoado por alguém, a vida está te mostrando que você está vivendo de ilusões. Você deve ver a vida como ela realmente é. Não crie expectativas e ilusões. Não torne o outro mais importante que você. Você deve ser o centro.

Quando você entende perfeitamente o que tem que aprender, aquela situação incômoda naturalmente sai da sua frente. É assim que devemos lidar com os problemas. Mesmo as pessoas que estão ao seu redor, estão aí para te dar lições. Preste atenção nelas. Elas são espelhos. Cada passo dado é uma conquista evolutiva.

Preste atenção em si mesmo. Pense menos e sinta mais. Só assim você conseguirá entender o que deve ser aprendido. O coração é muito mais sensível do que o cérebro para perceber as lições que a vida traz.

A vida se importa com cada um de nós, e ela não se conforma com a nossa desistência de nós mesmos. Ela trabalha para o seu melhor e, quando você se coloca numa situação diferente disto, ela entrará em ação para mudá-lo.

Dê o seu melhor a cada minuto; faça o melhor em tudo! Quanto mais você se der, menos a vida terá que tirar para que você entenda o que ela realmente quer.

Respeite a si mesmo. Respeite seu espírito. Esta encarnação tem uma pequena extensão mediante a eternidade do seu ser. Muitas lições e potenciais ainda estão escondidos de você. Se Entregue a si mesmo e descubra o quão maravilhoso você é.

Você é uma extensão do Todo, do Cosmo, do Superior.

Liliane Mattoso

Vander Lee - Meu Jardim


O orgulho que se alimenta da vaidade termina em desprezo.
(Benjamim Franklin)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Amor Não Correspondido


Amor Não Correspondido

Quando você é mulher, só você sabe quando seu travesseiro amanhece úmido com suas lágrimas.

Quando você é um homem e vive um amor não correspondido, só as noitadas solitárias traduzem sua dor.

Sofrimentos de amor acometem homens e mulheres. Quem já não sofreu a pungente dor de um amor não correspondido ou complicado? Quantas vezes ficou com os olhos fixos no telefone e ele não tocou? A pessoa amada não ligou. Quantas vezes você checou seus e-mails à espera de um e-mail do seu amor? Acaixa lotada, mas nenhuma linha da pessoa amada. Amor sem beijos, sem carinhos e quase sem a presença da pessoa amada.

Algo em comum aumenta o sofrimento do amor não correspondido: a desilusão e a esperança. A dor é forte, mas um fiozinho de esperança acalenta seu coração. O que é proibido e complicado parece mais saboroso. Quando a pessoa amada liga, depois de semanas sem dar notícias, seu coração dispara. Ouvir a voz dele (a) é um consolo para suas noites insones. Na caixa de e-mails, lá está o e-mail esperado. Seu coração se aquece; a esperança retorna com mais força.

No entanto, há uma sensível diferença entre o amor correspondido e o complicado. Você vive no mundo da imaginação! Sonha com um futuro promissor ao lado do ser amado. Neste futuro promissor, todas as diferenças e problemas serão apagados. A pessoa amada vai declarar seu amor. É só uma questão de tempo! Uma questão de paciência! O homem amado deixará a agressividade de lado e será um companheiro formidável.

Um dia, você acordará e receberá beijos em vez de surras. Um dia você acordará e aquela mulher maravilhosa será sua. Terão uma linda noite de amor! Um dia você acordará e o homem comprometido largará a esposa por sua causa. Sempre as fantasias... No entanto, sonhos vazios que se transformam em desilusão. Você dá amor, carinho, paciência, e nada recebe em troca. Parece um ser miserável que não merece respeito ou atenção.

Se você vive um amor complicado ou não correspondido há algum tempo, pare e pense. Os minutos da sua vida estão passando. E o que você tem feito da sua vida a não ser esperar e esperar pela atenção da pessoa amada? Os amores impossíveis ou platônicos têm algo em comum: a inacessibilidade da pessoa amada. Ela nunca está presente. Fugidia, irreal e inconstante. Uma pessoa que não está “na sua". No entanto, é difícil acordar para a realidade.

A vida é feita de escolhas. Traçamos nossos destinos baseados (a) em nossas emoções e sentimentos. Atraímos as pessoas e os amores. Você quer ser feliz ou não? Gostaria de viver um amor correspondido? O destino está lhe preparando um grande amor. Basta sua decisão: parar de sofrer. Parar de roer as unhas de raiva, ciúme e desilusão. Ponha um ponto final neste amor doido em que você ama e a outra pessoa é sempre difícil e inacessível. Você pode dizer: “Meu amor basta para nós dois!" Será?

Alguns amores complicados têm um desfecho feliz. Acabam se acertando. No entanto, há uma questão a ser pontuada. A pessoa amada é complicada, mas entrega um pouco do seu coração. Aos poucos, tudo se acerta.

Para viver um amor complicado você precisa de uma certa dose de masoquismo. Sofrimento misturado à alegria, quando você recebe uma migalha de carinho. Algumas pessoas não sabem viver um amor correspondido. Atraem para si pessoas complicadas. Gostam do mistério e do irreal. Não deixa de ser um motivo para fugir à realidade sofrida.

"Eu sei que ele tem outra, mas é só questão de tempo. Um dia, ele será só meu!" - pensa a mulher apaixonada. “Ela será minha. Não atende meus telefonemas, não escreve, mas sei que é louca por mim”.- sonha o eterno apaixonado.

Alguns homens e mulheres são egoístas demais para se entregarem a alguém. O homem sedutor sabe que é envolvente. Ele atiça, envolve, mas jamais se entrega. Dá falsas esperanças, promete, mente e desmente. Faz parte da sua personalidade. Na verdade, não sabe o mal que está fazendo a si mesmo. Um dia, cairá na armadilha que construiu para as mulheres incautas. Algumas mulheres também não estão preparadas para um amor correspondido. Envolvem, seduzem, mas não entregam o coração. Algumas pessoas têm falha de caráter. Outras agem assim, porque já sofreram muito no passado. Temem mais sofrimento.

O fortalecimento da sua auto-estima será muito promissor para sua felicidade amorosa. Invista em você mesmo (a). Renove sua esperança. Chega de masoquismo! As pessoas que sofrem muito por um amor não correspondido, não têm fé no futuro. Recarregue a bateria da sua fé. Você vai encontrar alguém que corresponda ao seu amor. Por que não? É difícil abandonar este alguém tão maravilhoso e difícil? Por que valoriza tanto esta pessoa? Mais uma vez, a imaginação lhe pregando peças. Saiba diferenciar o amor verdadeiro da fantasia e da ilusão. O amor verdadeiro é uma troca real de carinho, presença e comprometimento.

Faça as pazes com seu espelho. Afirme para si mesmo (a) que você merece amor, carinho e respeito. E se a outra pessoa não corresponde ao seu amor, azar o dela! Não sabe o que está perdendo! Aliás, você sim, está perdendo uma chance maravilhosa de encontrar outra pessoa e ser verdadeiramente feliz!

Sandra Cecília

Conflito Entre Essência E Aparência Impede Felicidade


Conflito Entre Essência E
Aparência Impede Felicidade

Existem coisas que nós só aprendemos depois que as vivemos. Na adolescência temos a idéia de que vamos descobrir um jeito especial de viver, de forma que só teremos prazer e felicidade. Quando os problemas aparecem, ficamos desesperados.

No começo, a tendência é culpar sempre os outros; responsabilizamos os pais, o ser amado, os chefes; depois culpamos a nós mesmos e ficamos procurando o que está errado conosco, o tempo todo. É um período em que vivemos depressivos, pois não conseguimos encontrar nada de bom em nós mesmos.

Em seguida percebemos que a felicidade é um jeito de viver a vida, não simplesmente uma coleção de momentos felizes, mas uma postura de compreensão diante dos acontecimentos de nossa vida. Uma forma de entender que o sofrimento é inevitável. Assim como o prazer também o é.

De um jeito ou de outro, eles vão aparecer, apesar da nossa maneira de administrar nossas vidas, porque viver é uma longa caminhada por entre desertos e oásis, mistérios que a existência prepara para vivermos, diversos pratos exóticos para saborearmos e, através deles, nos descobrirmos.

Mas o fato de saber que existe uma viagem preparada para nós não implica pensar em acomodar-se na vida, desanimar, desistir, porque, por outro lado, exige-se força para realizar a nossa missão no planeta. O ser humano é parte de todo o universo e, certamente, não é o seu criador e muito menos o seu dono. Essa postura através dos tempos, de senhor todo-poderoso, tem custado ao homem um constante sentimento de impotência e desânimo, porque ele acaba se isolando da realidade, da consciência do universo.

Esteja certo: tudo o que aconteceu foi perfeito! Esse foi o caminho que a existência encontrou para nos ensinar tantas coisas que precisávamos aprender. As pessoas esquecem que tudo é temporário, inclusive a nossa permanência no planeta. Na tentativa de garantir que algo fique do jeito que nós planejamos, fazemos loucuras, negamos tanta coisa e não percebemos o que realmente está acontecendo. Negamos a nossa própria capacidade de ver, para garantir um sonho; negamos a nós mesmos, aos outros, negamos aquilo que é real, para manter a ilusão de que o sonho continua...

Vivemos num mundo de aparências, em que representamos ter todas as respostas e certezas, nos afastando de nossa essência. O duelo entre a essência e a aparência. O drama é que, hoje em dia, o mundo exige que as pessoas busquem freneticamente pelo sucesso, e o menor deslize pode ser punido com o desprezo. Parece que, se a pessoa não for sensacional em tudo o que faz, será um perdedor.

E mais: nesse mundo de aparência e ostentação, em que o dinheiro está sendo mais valorizado do que os sentimentos, as pessoas se encontram mas não se relacionam, trabalham mas não se realizam e, principalmente, vivem sem conhecer a própria alma.

Roberto Shinyashiki

Vander Lee - Iluminado


Tudo na vida tem um certo valor.
Até o vazio interior que brota no silêncio
da tristeza de um amor iludido e não correspondido
(Wladimir Spinelli)

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

A Grande Escola Da Vida


A Grande Escola Da Vida

"Lembra-te sempre de que só vieste ao mundo, e só dele também partirás".

Todos nós enfrentamos revezes durante nosso percurso aqui neste mundo. A provação não se restringe apenas à alguns: mesmo os mais abastados, os que aparentam ser mais fortes ou até "imbatíveis", também enfrentam dificuldades. Mas, porque estas pessoas parecem não ser afetadas pelas dificuldades? De onde tiram energia e disposição para vencer os desafios da vida?

O segredo está na forma como encaram o Mundo. Um grande amigo me disse certa vez: "Existem dois tipo de pessoas: as que fazem poeira, e as que comem poeira. Qual delas é você?".

O Mundo é um lugar belo, cheio de maravilhas, é a 'escola do Espírito'. Em tese, aqui tudo podemos, aqui nossos desejos podem se tornar realidade.

Então, por que sofremos? Por que são tantas as adversidades que enfrentamos? Por que os sonhos da grande maioria não se tornam realidade?

É pura ilusão acreditar existam pessoas que não sofrem. Todos sofremos, e assim será sempre, até o fim dos nossos dias. O grande problema é que na maioria das vezes nos colocamos na posição de vítimas das circunstâncias. Isso, via de regra, é um dos primeiros desafios que devemos vencer a fim de obter o mínimo preparo, para que possamos encarar o Mundo de frente.

Aliás, a palavra sofrimento já é usada no ocidente com uma certa entonação vitimista. Que tal mudarmos um pouco esta visão? Peguemos o parágrafo imediatemente acima, e troquemos a palavra SOFRER por APRENDER. Fica mais ou menos assim:

"É pura ilusão acreditar existam pessoas que não aprendem. Todos aprendemos, e assim será sempre, até o fim dos nossos dias..."

O aprendizado está atrelado ao sofrimento, e vice-versa. Ninguém aprende sem se doar, e ninguém sofre de graça. Sofrimento é aprendizado.

A este ponto, alguns diriam: "Minha nossa, então passei a vida toda aprendendo...!". Para estes, eu pergunto: quem tem melhor aproveitamento e não reprova: um aluno aplicado estudioso, ou um aluno desatento, bagunceiro e preguiçoso? A resposta é óbvia e imediata.

Da mesma forma devemos encarar o Mundo. Afinal, não podemos nos esquecer de que o Mundo é a grande escola da Vida. Alguns alunos tem maior facilidade em aprender, outros, sequer precisam estudar. Casos excepcionais à parte, a grande maioria é normal e precisa estudar, precisa de dedicação, e não é excelente em todas as matérias (por outro lado, TODOS nós também temos nossas facilidades, uma certa desenvoltura em alguma determinada área*).

Assim, tal como alunos preguiçosos vemos as pessoas em lamúria: "não consigo isso, não posso aquilo; ninguém me ajuda, ninguém me ama", ou então, como um aluno disperso, vemos a pessoa que leva uma vida no estilo dia-após-dia, sem qualquer preocupação em satisfazer seus anseios, sem buscar valores que norteiem sua existência, em uma rotina viciosa que nada acrescentará exceto vazio. Ainda podemos citar aqueles que vivem em uma eterna boemia, entregando-se a uma existência pobre e sem sentido, onde tudo é festa e brincadeira, nada é sério.

É importante salientar que ainda existe um tipo que aparentemente é o ideal, mas na prática mostra-se tão ruim quanto, ou quem sabe até pior do que os modelos descritos acima: é chato, o CDF, aquele que estuda tanto que não vive; aquele de quem até o professor foge. Este tipo é aspectado no Mundo pelo fanatismo, extremismo, sectarismo e tantos outros "ismos" que estão presentes na política, religião ou na convivência social (racismo, por exemplo).

O chato não respeita os demais como indivíduos; a sua palavra é verdade absoluta e os que não comungam da sua visão são considerados párias. Considera-se melhor do que a maioria pelo simples fato de decorar a matéria. O problema é que ele não a entende, e jamais poderá utilizá-la de forma prática no seu dia-a-dia, pois o seu ego está tão inflado que lhe cai por cima dos olhos e obstrui a sua visão.

Lembremo-nos, portanto, do caminho do equilíbrio: é só este, e apenas este que nos trará a aprovação final. Na Grande Escola da Vida, nossas notas são medidas pelo retorno que nossas ações geram, e o aprendizado é garantido pelo melhor de todos os mestres: o Infinito.

Frater Amduscias (Marcel Luiz Pabst)

Porque As Mães Estão Falhando E Criando Pequenos Imperadores


A Construção Da Autoridade:
Porque As Mães Estão Falhando
E Criando Pequenos Imperadores

Nunca se falou tanto na necessidade de pôr limites e nunca se praticou tão pouco. Que feitiço é esse que deixa mães e pais inertes diante de crianças tiranas? Desvendá-lo e virar o jogo exige estratégia e empenho.

Lançado em 2002, o clássico QUEM AMA, EDUCA!, do psicoterapeuta Içami Tiba, já passou de 120 edições, um verdadeiro fenômeno editorial no Brasil. Hoje, com a popularização da psicologia, as mães sabem de cor noções como "dizer não à criança é uma forma de amor" ou "criança que não é contrariada vira um pequeno tirano". Sabem que, sem ouvir negativas, as crianças não aprendem a lidar com a frustração. "Assim, elas crescem sem entender que frustração não é o fim do mundo", reforça a psicoterapeuta Maria de Melo, autora do livro A CORAGEM DE CRESCER. No entanto, basta olhar ao redor - no shopping center, no supermercado ou no bufê infantil - para encontrar uma multidão de ditadores mirins. Afinal, por que pessoas que conhecem muito bem a importância dos limites não conseguem aplicar as regras mais elementares da educação na própria casa?

A explicação pode estar numa equação que é velha conhecida das mulheres - é nas nossas costas, ainda, que pesa a maior parte da responsabilidade pela educação dos filhos. "As mulheres estão muito cansadas", acredita a psicoterapeuta Valéria Meirelles, de São Paulo. "Elas trabalham, pilotam a vida dos filhos, mantêm um relacionamento amoroso, são sensíveis às exigências da ditadura da beleza, precisam estar bem-informadas e ainda gerenciam a casa. Algum desses pratinhos tem que cair, e tem sido o da educação dos filhos."

Será que não está faltando limite na nossa vida, o que, de certa forma, nos torna incapazes de botar limites nas crianças?, pergunta a psicóloga. E por que é esse o pratinho que cai - justamente esse, tão vital? "Porque educar dá muito, muito trabalho", afirma Valéria. "Conheço mulheres que chegam tão esgotadas em casa, à noite, que não sobra energia para dizer não." Na prática, não se trata apenas de negar um pedido: é preciso ainda explicar por que e discutir exaustão com crianças cada dia mais antenadas e questionadoras. E não é só cansaço. Muitas mães sentem necessidade de compensar algo ou com sentimentos faltantes com permissividade em relação aos filhos.

Estratégia. Primeiro: fortaleça-se. "O problema está na mãe vítima, não no pequeno algoz", observa Maria de Melo. Procure formas de melhorar a sua auto-estima - pode ser uma sessão de massagem, um novo corte de cabelo, um curso que deseja fazer há muito tempo. O importante é redescobrir a si mesma, com suas qualidades e imperfeições. Reconheça que há limites, que ninguém é infinitamente paciente e não tenha medo de dizer não. Uma mãe que nunca briga, que sempre se submete à vontade dos filhos, que vive para eles única e exclusivamente acaba por se tornar uma fonte de culpa para a criança, que se sentirá um monstro diante daquela pessoa tão irritantemente boa.

Há outras tentações que desviam as mães - e os pais - da tarefa de impor limites. Uma das mais freqüentes é o desejo de serem os melhores amigos dos filhos. Esses homens e mulheres se esquecem de que seu papel, graças a sua experiência de vida, é acolher, orientar e ajudar. "Ao se posicionar como um igual, a mãe - ou o pai - extingue esse lugar de 'saber mais' e nem sempre pode de fato auxiliar os filhos", alerta Valéria Meirelles. "Querer ser vista mais como amiga do que como mãe é confundir ou até negar papéis. Cabe a ela educar a prole na posição de autoridade, no sentido de quem conduz, preferencialmente da maneira como ensinava Santo Agostinho: com ternura e vigor."

É bom frisar que há um abismo entre autoridade e autoritarismo. Ninguém está propondo um retorno à educação rígida de antigamente, cheia de estatutos, horários, castigos e silêncios, e sim o estabelecimento de regras, de rotina; toda criança precisa disso. O que não significa proibir tudo - é o outro extremo da moeda e presta igualmente um desserviço. Tampouco é o caso de louvar o pode-tudo, que muitas famílias acabam adotando.

Por exemplo, com apenas 4 anos, Carolina faz o que quer. A mãe, Carmo, separou-se quando a menina tinha 1 ano e vive em função da filha, que manda nela o tempo todo. Se alguém sugere que Carolina precisa de limites, a mãe fica indignada. "Ela tem muita personalidade", justifica. "Mas é complicado quando quer alguma coisa. Se estamos num lugar público e ela arma um escândalo, morro de vergonha e faço qualquer negócio para que fique quieta."

A necessidade de limites se torna mais freqüente à medida que a criança se desenvolve. Todas nascem preparadas para aprender, mas isso requer empenho por parte dos pais. Famílias com dificuldade de fixar normas têm que encontrar um tempo de convívio. Esses momentos devem ser para brincar, conversar, mostrar que há coisas que não podem ser feitas e muitas que podem", encoraja Maria de Melo. É bem possível que o desafio à autoridade dos pais seja apenas uma forma de a criança ter certeza de que eles se importam com ela.

Valéria lembra a história de uma mãe, executiva ocupadíssima, e sua filha de 12 anos, fã de rock. A menina queria assistir com amigos a um megashow em São Paulo, mas a mãe bateu pé: "Não é para a sua idade". Foram várias sessões de terapia dedicadas a discutir o suposto "autoritarismo" da mãe (ponto de vista da filha) versus a teimosia da garota (ponto de vista da mãe). Passado o show - a jovem não foi -, Valéria ouviu da menina um comentário surpreendente. "Eu tenho apenas 12 anos, só faltava minha mãe me deixar ir sozinha! Eu só queria ver se ela realmente se preocupava comigo."

Escândalos de rua constrangem, são desagradáveis mesmo. No entanto, vaidade de lado e enfrentar a situação, Maria de Melo. Se o que a criança quer é indevido, não volte atrás. "Quando dizemos não com convicção, não ficamos tentadas a ceder", diz. As crianças são espertíssimas e sabem muito bem se um não é protocolar ou para valer.

A pequena Diana descobriu rapidamente que as negativas da mãe, Ruth, não eram lá muito firmes. "A vida toda eu desejei ser mãe. Quando Diana nasceu, eu tinha 40 anos e fiquei em total estado de graça. Acho que a mimei demais, e ela não me ouve, não importa quantas vezes eu diga não." A boa notícia é que a construção da autoridade pode começar a qualquer momento - naturalmente, quanto mais tarde, mais trabalho os pais terão pela frente. "A missão de impor limites ganha peso assim que a criança passa a se locomover. Nessa hora, ela precisa dos pais para impedir que coloque o dedo na tomada", explica Valéria Meirelles.

*Nomes Trocados Para Preservar A Identidade Dos Entrevistados

NOS TRILHOS

Seis mandamentos para a mãe de um reizinho, segundo a psicoterapeuta Maria de Melo.

1. Deixe a culpa de lado, o medo dos traumas, a crença de que é preciso ser boa para ser amada.

2. Não tente ser perfeita nem espere isso da criança. Ela pode se sentir um monstro diante de uma pessoa tão boa.

3. Diga não sem gritar, com amorosidade e firmeza. Cada vez que coloca algumas regras para seu filho, você mostra que acredita na força que ele tem para lidar com a frustração, para se regenerar internamente e encontrar soluções.

4. Reconheça, para você mesma, que tem limites e que ninguém é infinitamente paciente ou generoso. Assim, você estará ajudando seu filho ou filha a aprender a respeitar a própria mãe e também os próprios limites.

5. O problema está na mãe vítima, não no pequeno tirano. Não faça do seu filho a razão da sua vida. É muita responsabilidade para ele.

6. Lembre-se: ser mãe é a difícil arte de se fazer desnecessária.

Regina Valadares e Sibelle Pedral, matéria da revista Cláudia

Reflexão - Chico Xavier


Amamos as nossas mães
quase sem o saber e só nos damos conta da profundidade
das raízes desse amor no momento da derradeira separação.
(Guy Maupassant)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Vítima Dos Nossos Próprios Sentimentos


Vítima Dos Nossos Próprios Sentimentos

Todo o comportamento humano decorre da concepção que nós temos da realidade e nessa realidade existem dois pólos bastante distintos: nós e aquilo que nós somos, nós e aquilo que nos cerca, nós e as outras pessoas. Nossa postura na vida depende do modo como estabelecemos essa relação; a relação entre nós e os outros, entre nós e os membros da nossa família, entre nós e outros membros da sociedade, entre nós e as coisas; a relação entre nós e o trabalho, entre nós e a realidade externa.

A nossa maneira de sentir e de viver depende de como cada um de nós interioriza a relação entre essas duas partes da realidade, entre esses dois blocos da realidade. Uma das formas que aprendemos de nos relacionarmos com os outros é a postura que designamos por Vítima.

O que é a vítima?
A vítima é a pessoa que se sente inferior à realidade, é a pessoa que se sente esmagada pelo mundo externo, é a pessoa que se sente desgraçada face aos acontecimentos, é aquela que se acostuma a ver a realidade apenas em seus aspectos negativos. Ela sempre sabe o que não deve, o que não pode, o que não da certo. Ela consegue ver apenas a sombra da realidade, em paralelo com uma incrível capacidade para diagnosticar os problemas existentes. Há nela uma incapacidade estrutural de procurar o caminho das soluções e, neste sentido, ela transfere os seus problemas para os outros; transfere para as circunstâncias, para o mundo exterior, a responsabilidade do que lhe está acontecendo. Ela não assume a sua posição na vida, culpa os outros pelo que está acontecendo no seu modo de encarar e perceber a vida. Esta é a postura da justificativa.

Justificar-se é o sinal de que não queremos mudar. Para não assumirmos o erro, justificamo-nos, ou seja, transformamos o que está errado em injusto e, de justificativa em justificativa, paralisamos-nos, impedimo-nos de crescer. A Vítima é incompetente na sua relação com o mundo externo. Enquanto colocarmos a responsabilidade total dos nossos problemas em outras pessoas e circunstâncias, tiraremos de nós mesmos a possibilidade de crescimento. Em vez disso, vamos procurar mudar as outras pessoas.

Este tipo de postura provém do sentimento de solidão. É quando não percebemos que somos responsáveis pela nossa própria vida, por seus altos e baixos, seu bem e seu mal, suas alegrias e tristezas; é quando a nossa felicidade se torna dependente da maneira como os outros agem; é quando condicionamos nossa felicidade e paz interior ao comportamento dos outros, à ação dos outros, quer eles sejam nossos amigos, nossos filhos, nossos pais, nossos cônjuges, nossos colegas de trabalho ou quaisquer outras pessoas que conosco se relacionam. E como as pessoas não agem segundo nosso padrão, sentimo-nos infelizes e sofredores. Realmente, a melhor maneira de sermos infelizes é acreditarmos que é a outra pessoa que compete nos dar felicidade e, assim, mascaramos a nossa própria vida frente aos nossos problemas.

A postura de vítima é a máscara que usamos para não assumir a realidade difícil, quando ela se apresenta. A falta de vontade de crescer, de mudar da vítima é escondida sob a capa da aparição externa. Essa é uma das maiores ilusões da nossa vida: desejarmos transferir para a realidade que não nos pertence, sobre a qual não possuímos nenhum controle, as deficiências da parte que nos cabe. Toda relação humana é bilateral: nós e a sociedade, nós e a família, nós e o que nos cerca. O fato do mundo externo nos apresentar aspectos negativos não quer dizer que não sejamos perfeitos e o fato de nós possuirmos uma deficiência não significa que o outro também a possua. Essas duas partes da mesma realidade não são antagônicas, não são uma simples relação causal e, sim, complementares e integradas. O maior mal que fazemos a nós próprios é usarmos as limitações de outras pessoas do nosso relacionamento para não aceitar a nossa própria parte negativa.

Assim, usamos o sistema como bode expiatório para a nossa acomodação no sofrimento. A Vítima é a pessoa que transformou sua vida numa grande reclamação. Seu modo de agir e de estar no mundo é sempre uma forma queixosa, opção que é mais cômoda do que fazer algo para resolver os problemas. A vítima usa o próprio sofrimento para controlar o sentimento alheio; ela se coloca como dominada, como fraca, para dominar o sentimento das outras pessoas.

O que mais caracteriza a vítima é a sua falta de vontade de crescer. Sofrendo de uma doença chamada Perfeccionismo, que é a não aceitação dos erros humanos, a intolerância com a imperfeição humana, a vítima desiste do próprio crescimento. Ela se tortura com a idéia perfeccionista, com a imagem de como deveria ser e tortura também os outros relativamente àquilo que as outras pessoas deveriam ser. Há na vítima uma tentativa de enquadrar o mundo no modelo ideal que ela própria criou, e sempre que temos um modelo ideal na cabeça é para evitarmos entrar em contato com a realidade. A vítima não se relaciona com as pessoas aceitando-as como são, mas da maneira que ela gostaria que fossem. É comum querermos que os outros sejam aquilo que não estamos conseguindo ser, desejar que o filho, a mulher e o amigo sejam o que nós não somos.

Colocar-se como vítima é uma forma de se negar na relação humana. Por esta postura, não estamos presentes, não valemos nada, somos meros objetos da situação. Querendo ser o todo, colocamo-nos na situação de sermos nada. Todavia, as dificuldades e limitações do mundo externo são apenas um desafio ao nosso desenvolvimento, se assumirmos o nosso espaço e estivermos presentes. Assim, quanto pior for um doente, tanto mais competente deve ser o médico; quanto pior for um aluno, mais competente deve ser o professor. Assim também, quanto pior for o sistema ou a sociedade que nos cerca, mais competentes devemos ser com pessoas que fazem parte desta sociedade; quanto pior for nosso filho, mais competentes devemos ser como pai ou mãe; quanto pior for a nossa mulher, mais competentes devemos ser como marido; quanto pior for nosso marido, mais competentes devemos ser como esposa, e assim por diante.

Desta forma, colocamo-nos em posição de buscar o crescimento e tomamos a deficiência alheia como incentivo para nossas mudanças existenciais. Só podemos crescer naquilo que nós somos, naquilo que nos pertence. A nossa fantasia está em querermos mudar o mundo inteiro para sermos felizes. Todos nós temos parte da responsabilidade naquilo que está ocorrendo.

Não raras vezes, atribuímos à sociedade atual, ao mundo, a causa de nossas atribulações e problemas. Talvez seja esta a mais comum das posturas da Vítima: generalizar para não resolver. Os problemas da nossa vida só podem ser resolvidos em concreto, em particular. Dizer, por exemplo, que somos pressionados pela sociedade a levar uma vida que não nos satisfaz, é colocar o problema de maneira insolúvel. Todavia, perguntar a nós mesmos quais são as pessoas que concretamente estão nos pressionando para fazer o que nos desagrada, pode trazer uma solução. Só podemos lidar com a sociedade em termos concretos, palpáveis. Conforme nos relacionamos com cada pessoa, em cada lugar, em cada momento, estamos nos relacionando com a sociedade, porque cada pessoa específica, num determinado lugar e momento, é a sociedade para nós naquela hora. Generalizamos de maneira comum para não solucionarmos e como tudo aquilo que nos acontece está vinculado com a realidade, todas as vezes que quisermos encontrar desculpas para nós, basta olhar a imperfeição externa.

Colocar-se como vítima é economizar coragem para assumir a limitação humana, é não querer entender que a morte antecede a vida, que a semente morre antes de nascer, que a noite antecede o dia. A vítima transforma as dificuldades em conflito, a sua vida em um beco sem saída. Ser vítima é querer fugir da realidade, do erro, da imperfeição, dos limites humanos. Todas as evidências da nossa vida demonstram que o erro existe, existe em nós, nos outros e no mundo. Neurótica é a pessoa que não quer ver o óbvio. Fazemos o jogo dos que nos querem controlar quando nos colocamos na posição de vítimas, não aceitando a fragilidade e as dificuldades humanas.

A vítima é uma pessoa orgulhosa que veste a capa da humildade. O orgulho dela vem de acreditar que ela é perfeita e que os outros é que não prestam. Crê que se o mundo não fosse do jeito que ele é, se sua esposa não fosse do jeito que ela é, se seus filhos não fossem do jeito que eles são, se o seu marido fosse diferente, ela estaria bem, porque ela, vítima, é boa, os outros é que têm deficiências, apenas os outros têm que mudar. A esse jogo chama-se o jogo da Infelicidade. A vítima é uma pessoa que sofre e gosta de fazer os outros sofrerem com o sofrimento dela, é a pessoa que usa suas dificuldades físicas, afetivas, financeiras, conjugais, profissionais, para não crescer, mas para permanecer nelas e, a partir disso, fazer chantagem emocional com as outras pessoas.

A maioria de nossas mágoas e ressentimentos resultam de que nós achamos que se sangrarmos, outras pessoas sofrerão e se cairmos, outras ficarão tristes. É uma atitude de vingança com relação às outras pessoas. A vítima é a pessoa que ainda não se perdoou por não ser perfeita e transformou o sofrimento num modo de ser, num modo de se relacionar com o mundo. É como se olhasse para a luz e dissesse: "Que pena que tenha a sombra...", é como se olhasse para a vida e dissesse: "Que pena que haja a morte...", é como se olhasse para o sim e dissesse: "Que pena que haja o não...". E todas as vezes que quiser ser feliz é fácil, basta ver o que há de negativo. A luz e a sombra são faces de uma mesma moeda, a vida é feita de vales e de montanhas. Não são as circunstâncias que nos oprimem, é a maneira como nos posicionamos diante destas circunstâncias, porque nas mesmas circunstâncias em que uns procuram o caminho do crescimento, outros procuram o caminho da loucura, o caminho da alienação. As circunstâncias são as mesmas, o que muda é a disposição para o alvorecer, para o desabrochar, ou a disposição para murchar e fenecer.

Viver é resolver problemas e para cada problema existe uma solução, porque um problema só pode ser verdadeiro se houver solução. Um problema sem solução é um problema falso. As vezes preferimos ficar com os problemas falsos para evitar a solução dos problemas verdadeiros. Um dos jogos preferidos pela vítima para sofrer e fazer outros sofrerem é o jogo do Passado. O jogo do passado consiste em atribuirmos ao passado a responsabilidade pelo que nos esta ocorrendo no presente.

É quando transpomos o passado para a realidade: se tivéssemos estudado, se tivéssemos casado com outra pessoa, se nossos pais não fossem como são, se nossa infância não fosse como foi, se não tivéssemos perdido aquela oportunidade, se não tivéssemos tido filhos, estaríamos bem, porque nos julgamos bons e perfeitos. Não possuímos limitações; quem possui limitações é a nossa mãe, nosso pai, nossa infância, nosso passado. Este jogo é paralisante porque transforma numa visão causal, linear, a nossa própria vida, quando de fato é estrutural e dinâmica.

Através desse jogo, selamos nossa vida com a crença num destino pré-determinado, e com isso escondemos a nossa falta de coragem para mudar hoje o que tem de ser mudado. As pessoas podem viver olhando para frente, entendendo que hoje é o primeiro dia do resto de suas vidas, ou então ficar olhando para trás, de costas para a vida. São aquelas pessoas que não conseguem viver o que está acontecendo hoje, pois estão muito presas a tudo que já passou, a tudo aquilo que já morreu. Mais cedo ou mais tarde, temos que nos perguntar: "É o passado que cria o nosso presente ou é o presente que cria o nosso passado?" Evidentemente aprendemos que é o passado que faz o presente, que o momento presente é apenas o fruto de tudo que já passou. Mas temos, em nome da nossa felicidade, que reaprender que é o presente que cria o passado; em outras palavras, tudo antes de ser o passado teve de ser primeiro presente, tudo que estamos fazendo agora daqui a pouco será passado. Vivamos intensamente o nosso presente, o nosso agora, porque daqui a pouco ele será passado e não volta nunca mais.

A vida é um momento sem retorno, é o aqui e o agora. Não podemos substituir o nosso presente pelas preocupações com o futuro e nem tampouco substituir a gratuidade e o calor do momento presente pela frieza das lembranças do passado, pois recordar é morrer. O passado tem profundo significado na nossa vida, mas somente como aprendizado, apenas como referência para o nosso presente, e não como determinante da vida que nós vivemos hoje. Nós somos o mundo e a vida em transformação. O presente é o único momento que de fato existe em nossa vida. A maneira mais desvitalizada de ser é transformar-se numa estátua de sal voltada para trás. Mas há pessoas que preferem viver o frio, o morno, o fantasma de ontem, ao invés da inebriante alegria - a vida e o calor do momento presente. Viver o presente é aceitar que, humanamente, só podemos ser felizes apesar de alguma coisa, que nós somos o que somos e não o que os outros querem que sejamos, e que viver é aceitar a co-autoria vivencial entre nós e o mundo, fazendo uma síntese com a vida que nos rodeia.

Antonio Roberto Soares

Pai, Dá-Me Jesus


Pai, Dá-Me Jesus

Pai, dá-me o dom mais belo, maior e mais precioso que tens: Jesus!

Quando eu estiver doente, dá-me Jesus, porque ele é a saúde

Quando estiver triste e deprimido, dá-me Jesus, porque ele é a alegria.

Quando me sentir sozinho, dá-me Jesus, porque ele é o amigo.

Quando me sentir preso, dá-me Jesus, porque ele é a liberdade.

Quando sentir desânimo, dá-me Jesus, porque ele é a vitória.

Quando estiver nas trevas, dá-me Jesus, porque ele é a luz.

Quando me sentir pecador, dá-me Jesus, porque ele é o Salvador.

Quando tiver necessidade de amor, dá-me Jesus, porque ele é amor.

Quando eu estiver com fome e precisar de pão, dá-me Jesus, porque ele é o pão da vida.

Quando precisar de dinheiro, dá-me Jesus, porque ele é a infinita riqueza.

Pai,seja qual for meu pedido, seja qual for minha necessidade, responde-me com uma só palavra, tua eterna Palavra: Jesus.

Fonte: Revista Família Cristã, por Dom Serafino Falvo

Elis Regina - Casa no Campo


Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos sao pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em vôo.
(Mário Quintana)

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Felicidade! Onde Tem Colocado A Sua?


Felicidade! Onde tem colocado a sua?
“Felicidade é a base de todas as conquistas”

Ilusão e Meta são palavras bem diferentes.

Muitos de nós sem perceber colocamos no nosso estado emocional mais importante em “coisas”, “pessoas”, “relacionamentos”, “casamento”, “emprego”, “filhos”, inumeráveis coisas.

Tendemos a acreditar que “conseguindo coisas” assim estaremos felizes, mas na verdade é o inverso, estando internamente felizes é que temos todas as conquistas, e todas com mais prazer. Se depositarmos nossa felicidade em algo, automaticamente quando a conquistamos dentro de nós vem um vazio enorme, e a sensação que temos que conquistar outras coisas e outras e outras, um ciclo de insatisfações.

Pensando por outra forma, se estamos felizes (independente do emprego, da vida que reclamamos, do relacionamento nada perfeito, e da quantia de dinheiro que queremos ter, entre tantos exemplos) quando conquistamos algo, o sentimento é de verdadeiro prazer.

Em nossa vida sempre vemos pessoas de todas as classes sociais, umas tão simples e tão felizes, sempre nos faz pensar, e esse é o grande segredo de viver bem consigo mesmo.

A busca da real felicidade está mais perto do que imagina, dentro do seu coração, da sua mente.

Vi muitas mulheres e homens com o que chamo de “Sindrome de Cinderela”, sempre insatisfeitos com o parceiro, ninguém serve por “ter defeitos”, e quem não os tem? Isso é depositar no outro o que queremos para que o sentimento de estar completo exista, mas, quem é completo? Um dos piores é quando a pessoa vira um “grude” esperando 24 hs o amor do outro, minha pergunta é? E se caso o parceiro vá embora? Não podemos ter MULETAS EMOCIONAIS, afinal se a muleta cair, caímos junto com ela.

Sentir-se feliz por apenas estar de bem com a vida é possível, mas um aprendizado diário viu que está triste, mude seus pensamentos, escute uma música, imagine boas coisas, mantenha a felicidade dentro de você, assim “apoios” se tornarão “complementos”, sua âncora de felicidade estará dentro de você.

Dentro da lei da atração, para que qualquer coisa que desejamos seja atraída, é necessário em primeiro lugar, estar feliz, e agradecer sempre o que já conquistou, nunca desmereça suas conquistas.

Se toda humanidade aprender a se amar, a retomar a auto-estima que parece perdida e depositada em “coisas” (independente de qualquer fato) e dar a “volta por cima”, seu aprendizado de felicidade é iniciado.

Sua Felicidade depende de você e de mais ninguém (tudo é complemento), e felicidade maior é sempre gostar do que já conseguiu.

Não viva em ilusão, ela não te leva para lugar algum, trace suas metas reais, assim é possível alcançar tudo que é real.

Sua força e aprendizado está dentro de você!

Sorte Sempre!

Karin Klemm é Terapeuta Holística, formada em Psicologia Clínica com Abordagem Comportamental.

Amor Virtual


Amor Virtual

Tereza e Francisco trocaram e-mails por dois anos. Jamais se conheceram. Os únicos contatos foram através do chat, e-mails e cartões virtuais. Trocaram fotos e as promessas de um encontro real foram adiadas. Tereza, 26 anos, solteira, estava apaixonada. Simpatizou-se com o rapaz quando iniciou o bate papo no chat. Francisco, solteiro, 27 anos, era simpático e escrevia bem. Seus e-mails eram carinhosos e o estilo de escrever muito romântico. No entanto, havia uma barreira natural entre os dois: Tereza morava no Rio Grande do Sul e o Francisco em Recife.

O amor virtual resistiu por dois anos à distancia, mantendo-se apenas com o romantismo dos e-mails e as conversas no ICQ. As promessas de um encontro real jamais foram cumpridas pelo rapaz. Havia sempre uma desculpa: falta de dinheiro, tempo ou problemas pessoais. Tereza foi mais corajosa. Tomou a iniciativa de sugerir ao namorado virtual uma viagem até Recife para conhecê-lo. Francisco desconversou. Assim, aos poucos, os e-mails rarearam e a conexão de amor do casal caiu de vez.

Tereza sofreu um pouco, mas se conformou. Ficou muito desiludida com os amores virtuais e parou de entrar nos chats. Perdeu de vez o contato com Francisco e jamais soube o verdadeiro motivo pelo qual evitava conhece-la pessoalmente.

Alguns casais virtuais têm mais sorte. A paixão virtual se fortalece após o contato real e, às vezes, pode acabar em compromisso sério ou casamento. No entanto, nem sempre isto acontece.

O microcomputador pode ser um grande aliado na aproximação das pessoas. A máquina encurta distancias e facilita os contatos, mas é uma faca de dois gumes. No entanto, através da letra, do bate papo ou do ICQ não há nada que possa confirmar a veracidade das palavras ou sentimentos. Pode ser até arriscado procurar um namorado virtual. Nunca se sabe o caráter da pessoa e sua verdadeira intenção quando está teclando num chat.

Mesmo na vida real, podemos nos enganar com relação ao caráter das pessoas. Acontece que, no dia a dia, num barzinho ou mesmo com amigos, estamos vendo a pessoa, olho no olho. No primeiro momento, a visão é a primeira aliada na paquera. Você vê o rapaz ou a moça e a acha bonita ou atraente. Se estiver próximo(a) a ele(a) poderá gostar do seu perfume. Neste contexto, entra a audição, como uma forma de elo; você gosta da voz da pessoa. Depois, vem a conversa. Através desta conversa, despertam as afinidades e as semelhanças.

João gosta de música, Beth também. Elisa tem olhos azuis e Mário gosta de mulheres claras de olhos azuis. Pedro adora cães e Maria também. Ou então o contrário: Luciana achou Beto um rapaz muito bonito, mas ele não sabe conversar. Ângela começou a namorar Chico, mas ele é muito ciumento. Não deu certo.

O Amor virtual tem nuances diferentes. As pessoas se aproximam por causa das afinidades. Gostam do jeito de escrever da outra, percebem que têm os mesmos gostos. Depois, vem os estímulos visuais, através da troca de fotos. Seguem os telefonemas e talvez, os encontros. Daí, pode acontecer um grande amor ou um grande desastre!

Paula teclou um mês com um homem romântico e educado. Marcaram um encontro no shopping de sua cidade. Não haviam trocado fotos ainda. Ela gostou dele à primeira vista. Ele não! O primeiro encontro foi um fracasso! O homem tratou-a secamente. Ficou decepcionado! Apesar de Paula ter sido sincera, quando descreveu seu tipo físico, ele não se sentiu atraído por ela no encontro real. O homem "romântico e educado" nunca mais apareceu no ICQ, lugar marcado para os encontros virtuais.

Sílvia conheceu um homem separado num chat de internet. Com o desenrolar da conversa, descobriram que moravam no mesmo bairro. Marcaram um encontro e, hoje, mantém um compromisso sério. Através do contato real, Sílvia pôde se certificar onde morava o rapaz, seu trabalho e até o estado civil.

Ficou mais tranqüila e, através do namoro real, estão se conhecendo melhor.

Se você gosta de conhecer pessoas através da Internet, tome certas precauções. Procure observar a pessoa com a qual está teclando. Escolha um bate papo e observe. Faça muitas amizades . Volte sempre ao mesmo bate papo. Assim, você ficará familiarizada com as pessoas. Pode se informar sobre um flerte ou uma paquera. As mentiras se espalham nos chats. Homens casados se transformam em conquistadores para viverem suas fantasias virtuais. E nem sempre contam sobre seu estado civil. Às vezes, um rapaz gentil , tímido e solitário, pode ser um marido frustrado.

Através do computador, podemos ser o que desejamos e viver muitas fantasias. Uma mulher solitária - uma mulher sensual; um rapaz tímido- um homem sedutor. Se a pessoa sabe o que deseja, a Internet lhe dá passe livre para agir como quiser. No entanto, tome cuidado, porque "o feitiço pode virar contra o feiticeiro." Usar a internet para mascarar problemas sérios ou frustrações afetivas, através de mentiras e enganos, pode ser perigoso.

Não há limites para o mundo virtual. Você pode ser o que você quiser. Através dos nicks escolhe a vida virtual que deseja para si. Sai da rotina do dia a dia ou de um casamento frustrado para um mundo cheio de fantasias e ilusões. Às vezes, o dia a dia em casa é chato... puro tédio. Então, o que fazemos? Entramos em nosso quarto, deixamos a esposa ou esposo no sofá vendo TV e vamos para o mundo da fantasia. Lutar por uma dia a dia proveitoso é difícil. O retorno virtual é mais imediato. Num bate papo, podemos conseguir um amor e até Sexo. Sexo virtual ou até mesmo real.

Se você souber o que deseja da Internet, poderá estar mais fortalecido(a). Sonhe, fantasie, mas tenha cuidado para não se machucar ou machucar as pessoas. Seja sempre sincero(a) consigo mesmo. A mentira tem pernas curtas e, você poderá até ameaçar seu casamento ou relacionamento, com as fantasias de um amor virtual. Um relacionamento tem que estar bom para os dois. Alguns casais se dão muito bem vivendo um amor virtual platônico ou secreto. Liberam suas fantasias e assim está bom para eles. No entanto, o que é bom para uma pessoa nem sempre é bom para a outra.

Nada substitui a vida real, o "olho no olho", o toque das mãos, o contato da pele do ser amado. Se você acha que seu amor virtual está demorando muito para se tornar real, fique esperto(a)! Pode ser que haja uma mentira por aí... ou então, seu flerte queira apenas um amor platônico. Amor platônico não se compromete e vive apenas de e-mails e cartões virtuais.

O Amor verdadeiro se compromete, é sincero... e muito real. Pode até começar no Micro computador, mas entra na sua vida real, entra no seu mundo. O amor real tem endereço, casa, telefone.. e não vive de mistérios ou mentiras.

Vá com calma! Acredite nas pessoas, acredite no Amor, mas tenha bom senso!

Quando for marcar um primeiro encontro real com seu amor virtual, escolha um local público. Através do diálogo, seja sempre sincero e procure conhecer melhor a pessoa.

O Amor entra no destino da pessoa no momento certo. Pode ser na rua, numa lanchonete, num chat virtual, num cinema ou até numa danceteria.

Seja sempre você mesmo(a) e lute pelo que você quer. Não faça aos outros o que você não deseja para si!

Lembre-se! O Mundo virtual é feito de pessoas de carne e osso! Um dia, o que é falso e ilusório, cai por terra!

Seja feliz!

* Os nomes mencionados são fictícios.

Sandra Cecília
é Psicóloga Clínica

Lionel Richie - Still & Lady


O prazer pode apoiar-se sobre a ilusão,
mas a felicidade repousa sobre a realidade.
(Sébastien-Roch Chamfort)

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Quando Ele Pede Um Tempo! (Para Mulheres)


Quando Ele Pede Um Tempo! (Para Mulheres)

Você pensa que o relacionamento está indo bem, mas vem a decepção. Com voz trêmula e olhar distante a pessoa amada lhe diz: "Quero dar um tempo! Preciso pensar!"

Desespero e decepção. Por que? Por que ele deseja terminar o relacionamento se está tudo bem entre vocês dois? O que está havendo que você não percebeu?

"Pedir um tempo" é uma expressão muito usada quando se deseja terminar um relacionamento e não se sabe como falar. E nem sempre significa rompimento definitivo. Alguns homens usam esse termo para não serem duros demais na hora do término. Não é motivo para desespero! Os homens ,às vezes, se sentem muito presos ou envolvidos. Querem testar sua autonomia. Medo de compromisso e desejo de voltar à vida antiga de liberdade e aventuras passageiras. Não significa necessariamente que ele deixou de amar a namorada ou a companheira.

Desista de ficar ligando para ele e pedindo outra chance. Quanto mais insistir, mais ele correrá de você. Diz John Gray, um terapeuta americano que, alguns homens, quando pedem um tempo ou se afastam estão vivendo a fase do "elástico." Estão envolvidos demais e desejam provar a si mesmos que podem viver sozinhos. Nessa fase, a mulher não deve ser preocupar. A tática é deixá-lo livre até que o "elástico" estique até o fim. Quando o "elástico" estica até o fim o que acontece se você largá-lo? Ele volta com força total. O homem volta mais apaixonado e carinhoso. Deixe-o ir! Quem ama de verdade deseja a felicidade do outro. Não tenha tanto medo! Nesse período de afastamento, ocupe a cabeça com outras atividades: visite os amigos, trabalhe bastante e procure se distrair.

A reconciliação pode vir aos poucos. Seu homem está desconcertado ou até envergonhado. Não quer dar o braço a torcer de que está apaixonado por você. Aos poucos, você notará que ele está dando sinais de vida como: um telefonema, um e-mail curto ou mesmo uma visita agradável. Nada de sermões ou conversas tipo: "Vamos discutir a relação? Você deseja voltar ou me fazer de boba?" Nada disso! Deixe que ele volte aos poucos. Jogue a isca. Nesse caso, a isca é recebe-lo com muito carinho, porque ele está voltando para você. Só depois, parta para o diálogo sério e discuta a relação.

Cada relacionamento a dois tem sua linguagem própria na hora da paixão, da conversa séria e do rompimento. Alguns homens não têm coragem de romper e, começam a se afastar. A mulher nota o comportamento frio da pessoa amada, mas continua insistindo em manter o relacionamento. Se o homem deseja dar o fora, deve fazê-lo. Pena ou compaixão não resolve. A mulher poderá se sentir pior do que está se souber que o homem protelou a separação só por causa do receio de magoar a companheira. Se você está observando que seu relacionamento não é mais a mesma coisa, converse com seu namorado ou companheiro. É preferível levar um fora, do que manter aparência. Sentimos necessidade de finalizar as coisas dentro do nosso coração e da nossa mente. É uma forma sadia de deixar o passado para trás e recomeçar. Não teremos aquela sensação desagradável de "relação mal resolvida."

O que você deve fazer quando levar um fora? Implorar? Pedir para ele reconsiderar? Alguns relacionamentos já estão ruins e o "dar um tempo" é apenas uma conseqüência da falta de entendimento entre o casal. Na hora da conversa séria, ouça seu namorado e questione o motivo. No entanto, nem sempre vale a pena insistir ou chorar. Nesse momento, os homens não se comovem muito com lágrimas femininas. Dar o fora talvez seja mais difícil do que levar um fora. É difícil aceitar um rompimento, mas não há outra maneira.

Alguns homens não querem terminar o relacionamento, mas mesmo assim dão o fora, por qualquer motivo ou briga superficial. Uma espécie de jogo ( cuidado se cair nessa armadilha!) assim: "Se você fizer isso , eu termino, se fizer aquilo, não vai dar."

Pode ser também um momento de raiva ou insegurança, ciúmes demais. Converse, diga o quanto o ama, assim, dependendo do caso, tudo pode se resolver. No entanto, o miolo da história, a causa do "joguinho, termino, não termina" tem que ser investigada. E acabar com o jogo do homem que deseja apenas ouvir a mulher insistir, implorar para ele ficar. Uma coisa quase sádica ou mesmo até insegurança masculina.

Alguns rompimentos são mesmo definitivos. Houve mesmo um desgaste na relação ou então muita mágoa ou ressentimento. Alguns homens têm receio de magoar a pessoa amada e, em vez de romper o relacionamento, pedem um tempo. Muito perigosa essa colocação! A mulher é muito detalhista e romântica. Aí, ela pergunta: "Quanto tempo você deseja para pensar sobre nós dois? Você voltará?" O homem tem que ser muito sincero. Abrir o coração. É melhor a sinceridade do que a protelação.

Seu homem pode sinalizar com o comportamento se há esperança de reconciliação ou não. O tempo passa e ele não dá sinal de vida? Geralmente, quando o homem quer reatar o relacionamento, corre atrás da sua amada. Sentiu falta e percebeu o quanto ela é importante em sua vida. No entanto, se você percebe frieza e afastamento em suas atitudes, é hora de esquecer o passado e partir para outra. Isso leva algum tempo, mas sairá mais fortalecida e amadurecida. Não cultive a mágoa durante muito tempo. Procure relembrar os momentos bons. Não viva de ilusões! Aceite a realidade. O amor acabou!

Você levou um fora por causa de outra mulher? Melhor assim, do que a mentira. Fingir amor só para não magoar a namorada não é bom! Há sempre uma nova chance para que você seja feliz! Não desista de ser feliz no amor!

Sandra Cecília é Psicóloga Clínica


Quando Ela Pede Um Tempo! (Para Homens)


Quando Ela Pede Um Tempo! (Para Homens)

Você está perdidamente apaixonado pela mulher amada. De repente, leva um fora resumido numa única frase: "Vamos dar um tempo na relação! Preciso pensar!"- ela diz, evitando os seus olhos. O chão parece faltar e a cabeça roda. O que fazer? Parecia um mar de rosas! Será?

Tente o diálogo. Não tenha um comportamento revoltado ou mesmo raivoso. Isso só vai piorar as coisas entre vocês dois. Levar um fora nem sempre significa rompimento definitivo. Talvez ela queira tempo para pensar ou esteja muito magoada. Se o diálogo entre vocês dois está desgastado, será difícil descobrir a causa do rompimento. As mulheres nem sempre demonstram sentimentos. Ás vezes, se tornam duras ou aparentemente frias porque já foram magoadas demais em outros relacionamentos. Preferem simplesmente se afastar do que uma conversa séria. Ou então, você pisou na bola e ela não quer mais levar adiante o relacionamento.

O homem, nesse momento, fica com a pulga atrás da orelha: "Ela arrumou outro! Só pode ser isso!" Nem sempre! Procure analisar o relacionamento e procure a causa. Deixe o tempo passar. Não a procure. Alguns homens traem, magoam a pessoa amada e só quando ela termina o relacionamento é que se dão conta de que erraram. Aí, correm atrás, insistem e se desesperam. Por que não cuidaram do relacionamento? O Amor entre um homem e uma mulher é muito bonito, mas muito frágil. Você jamais está seguro. Ninguém é de ninguém! De repente, ela pode se cansar e ir embora.

Se você errou tente a reconciliação mas não tenha um comportamento muito insistente. Vá com calma! Dê-lhe tempo para pensar e refletir! Aproxime-se devagarzinho. No entanto, cada caso é um caso. Conhece bem a pessoa amada? Então, saberá como ela reage quando está desanimada ou mesmo magoada. Algumas mulheres dão um tempo na relação, só para terem certeza de que são amadas. Conheci uma mulher de 30 anos que terminou um relacionamento repentinamente. Não sabe o motivo, mas teve receio de continuar a relação e sofrer.

Alguns homens se sentem atiçados, quando a mulher é difícil! Não aceitam o rompimento de jeito nenhum! Aí, vem outra atitude: o machismo. Levar um fora para um homem, pode ser algo muito forte. "Ela sempre foi apaixonada por mim. Não acredito!" Quanto mais, a mulher foge ou rompe o relacionamento, mais eles insistem na tentativa de reconciliação.


Pense bem sobre esse relacionamento. Vale a pena a reconciliação?

Algumas mulheres terminam o relacionamento porque amam demais. Querem mais do homem. Querem selar um compromisso sério: casamento, noivado, morar junto ou fazer um contrato de união quando já são separados. Não têm coragem de tocar no assunto e pedem "um tempo". Dessa forma, acham que vão conseguir fisgar o seu homem. Tática delicada que nem sempre dá resultado. Um compromisso mais sério tem que ser conseqüência de um relacionamento sincero e amoroso. Cobrar compromisso através de chantagem ou rompimento pode afastar o homem.

Se você sente que sua amada deseja uma aliança no dedo ou então casamento, seja sincero. Não perderá nada sendo sincero. Não a iluda com promessas que não poderão ser cumpridas. Assim, ela saberá o que esperar do relacionamento.

Levar um fora não é o fim do mundo! Se você é um homem interessante e sabe o que deseja de um relacionamento, um dia será feliz com uma mulher muito especial!

Sandra Cecília é Psicóloga Clínica

Leann Rimes - How Do I Live


O tempo é algo que não volta atrás.
Por isso plante seu jardim e decore sua alma,
Ao invés de esperar que alguém lhe traga flores ...
(William Shakespeare)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

O Verdadeiro Amor Não Dói


O Verdadeiro Amor Não Dói

Quando um relacionamento amoroso acaba e ocorre a separação, somos impelidos a mudar nosso foco de atenção. Retornamos para dentro de nós e passamos a enxergar fatos que antes negávamos. Este processo é na maioria das vezes doloroso, porém nos propicia um imenso crescimento interior que não imaginávamos experimentar. Tal crescimento se faz necessário para evitar a busca de outro parceiro idêntico ao anterior, pois as pessoas que atraímos apenas nos revelam aquilo que realmente somos. E, podemos dizer que são o nosso reflexo.

Se nossa auto-estima é baixa, buscaremos sempre no outro o nosso contra ponto. Freud afirma que até os sete anos decretamos o papel que vamos viver na vida, e que todo homem que trás uma relação mal resolvida com sua mãe, poderá ter um casamento confuso, complicado.

A famosa frase:“Todo homem, no fundo, procura uma mãe e por isso não se casa com uma menina de vinte anos", revela que o homem busca a menina para viver alguns momentos. Ele experimenta, vivencia o momento de caçador para suas aventuras, mas busca a mulher “mãezinha” para casar, para ser aquela com quem viverá para o resto da vida, pressupondo que a mesma atenderá suas necessidades físicas e emocionais.

Ao superar conflitos interiores, reconhecendo quem realmente somos, dispensando disfarces, é possível compreender que o prazer numa relação amorosa implica em ter consciência de nossa verdade interior. A grande sacada para um relacionamento saudável é reconhecer quem sou, onde estou, quais são meus pontos fracos e fortes, quais são as minhas fantasias. Raramente o ser humano está em seu presente, a maior parte do tempo está no seu passado ou no seu futuro, e na verdade é necessário viver o aqui e agora e não ficar amarrado no passado ou projetando sua felicidade no futuro.

Devido a este inadequado padrão de pensamento, a maior parte das pessoas acha que o grande amor é ilusão e que apenas o seu vizinho é merecedor de viver um grande amor. Isto porque ao desconhecer seu poder interior, não se dão conta que a fonte de amor está dentro de si. Ao contrário, esperam que o outro venha lhe fazer feliz, que o outro venha atender seus desejos.

Ao conviver com a solidão, é comum as pessoas atribuírem à pessoa desejada a responsabilidade pelo seu bem estar:

- “Preciso de alguém que seja confiável”

- “Preciso de alguém que tenha o meu nível cultural e social!“

Fica evidente que na maioria das vezes não se fala nada sobre o outro, não se pensa nele, apenas o pedido que corresponda às suas expectativas é importante. Assim, não se ama o outro como ele realmente é, mas sim como gostaríamos que fosse.

Uma das formas de ampliar a consciência é mudar algumas atitudes em nós mesmos, buscando um novo padrão de pensamento e entrando em nova sintonia, assim atrairemos o que realmente desejamos, uma vez que a fonte somos nós, destruindo a crença de que a minha felicidade está em poder de outra pessoa.

"Ao descobrir que o outro me faz feliz porque me faz crescer, percebemos o quanto é gostoso brincar de viver." (Guilherme Arantes).

Conscientes de que ninguém tem o poder de nos fazer felizes ou infelizes sem a nossa permissão, podemos iniciar um novo ciclo reconhecendo que nada é mais prazeroso que um amor saudável, descontraído e principalmente sem dores. Afinal, o verdadeiro amor não dói, quando dói não é amor, é apego.

Lilian Maria Nakhle é Psicoterapeuta

Bread - Baby I'm A Want You


No amor ninguém pode machucar ninguém;
cada um é responsável por aquilo
que sente e não podemos culpar o outro por isso...
Já me senti ferida
quando
perdi o homem por quem me apaixonei...
Hoje estou convencida de que ninguém
perde ninguém, porque ninguém possui ninguém...
Essa é a verdadeira experiência de ser livre:
ter a coisa mais importante do mundo sem possuí-la.
(Paulo Coelho)

Quando Ser Bom É Ruim


Quando Ser Bom É Ruim

Ser bom é desejo ou pretensão de cada um de nós. Entretanto, a linha demarcatória do conceito de bom é tênue e variável no espaço. Por outro lado, só se pode dar o que se tem dentro de si mesmo. Assim, ser bom exige, antes de mais nada, que se seja bom para si mesmo.

Quando se tem bondade suficiente para si, ela começa a fluir de maneira natural e espontânea para fora. Infelizmente, são poucas as pessoas que atingem esse estágio de evolução. Ser bom - como uma atitude consciente, procurada e movida pelo desejo de mostrar-se bom - tem outras conotações, exceto a de uma bondade real.


Muitos dedicam toda a sua vida a representar o papel de bons, não por hipocrisia ou com o propósito de falsidade, mas atendendo a necessidades interiores de compensação. São os bonzinhos, os santos, as "Amélias". Embora sejam úteis e por isso mesmo aplaudidos, as suas motivações não têm a nobreza da verdadeira bondade. Na verdade, por trás de seu comportamento dócil e louvável, esconde-se uma pessoa profundamente infeliz, cheia de mágoas e raiva ocultas.

A trajetória do bonzinho teve início na infância, quando as suas experiências vividas e sofridas determinaram o desenvolvimento de conceitos negativos sobre si mesmo. Inconscientemente acredita que é inferior aos outros, que não merece, que não tem direitos e não é amado. Cresce com baixa auto-estima e com uma auto-imagem de inferioridade. Quando adulto, busca desesperadamente uma forma de ser aceito e amado. É aquele que está sempre pronto e, mais do que isso, procura de maneira compulsiva por pessoas e situações para que possa ser útil e servir, geralmente em detrimento de si mesmo. É aquele que todos usam, de quem tiram proveito e abusam. É aquele que nunca reclama e tudo faz.

Dentro de um relacionamento acredita que seja responsável pelo outro. Não vive a sua própria vida, mas a do outro. Se este está alegre ele também estará.

Se ele ou ela está de mau humor, sente-se para baixo, deprimido e culpado. Sofre de ansiedade permanente por querer antecipar os desejos do outro. Jamais fala o que pensa ou sente por medo de desagradar. Quase nunca diz "não", pelo contrário, sempre diz "sim" quando desejaria dizer "não". Com isso, se assoberba de obrigações, trabalhos e compromissos muito acima de sua capacidade. Termina sempre se odiando por isso, sentindo raiva de quem o explora, mas mantém um sorriso permanente nos lábios e continua gentil. Ele sempre ignora as suas próprias necessidades e nas poucas vezes que as reconhece convence-se de que elas não são importantes e nem prioritárias.

Se você se viu em algumas dessas características, é tempo de reavaliar a sua vida, os conceitos sobre si mesmo e os outros e começar um trabalho interior que o levará à recuperação da sua auto-estima e valorização. Assim descobrirá que sacrificar a sua vida não é nenhuma virtude - ao contrário do que possam ter lhe ensinado - e, também, que ser bom não é ser bobo. Perceberá ainda que ser útil não é ser amado, porque as pessoas que se utilizam de seus favores não lhe dão o que mais deseja - que é o amor, porque ninguém ama aquele que não se ama ou não se respeita!

Willian Resende de Araújo é médico Neurologista

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Escolhendo A Minha Vida


Escolhendo A Minha Vida

As escolhas de cada dia nos levam, por vezes, a caminhos tortuosos, desconhecidos. O desconhecimento de onde podemos chegar com tais escolhas e o medo que dele advém, na realidade, são os verdadeiros impedimentos para “seguir adiante”. As opções e ações que destas provêm ficam, então, paralizadas momentaneamente ou são aceleradas pelo desespero.

Por que muitas pessoas vêem as ESCOLHAS como entraves ao seu crescimento enquanto seres humanos?

Por que as ESCOLHAS são percebidas como dificuldades e não como facilitadoras de um viver mais saudável e responsável?

O que significa ESCOLHER?

Este texto se propõe a ser um desencadeador de reflexões sobre este tema tão relevante, posto que escolhemos a cada instante. Também as escolhas são um desafio: a cada momento escolhemos SER o que SOMOS... e a nossa constante construção no dia-a-dia é um desafio que assumimos a cada instante de nossas vidas.

Um grande escritor francês chamado Jean-Paul Sartre, certa vez disse: “A liberdade é aterradora”. Em meu primeiro período na Universidade de Psicologia, já há muitos anos atrás, me pus a pensar sobre esta pequena frase. A liberdade pressupõe a ESCOLHA, já que temos o livre-arbítrio para seguir pelo caminho que quisermos. Se nos voltarmos para nossa Adolescência, por exemplo, recordaremos o quanto a vivência da escolha era intensa nesta fase. No entanto, nesta fase, o desejo de liberdade, de afirmação do que se pensa, sente está em consonância com a afirmação da personalidade, que muitas vezes ocorre em contraposição àquilo que os adultos (principalmente os pais) pensam, falam e sentem.

Escolher roupas, amigos, novos comportamentos, eram marcas daquela fase em que o EU se sobrepunha ao TU. Já alcançando a vida adulta, as ESCOLHAS vão se modificando e os seus motivos já não mais se tornam focados na afirmação de uma personalidade em construção. O ato de ESCOLHER transforma-se no que Sartre chamava “aterrador”, para muitos adultos. O preço da escolha já não é mais o sabor da “aventura”, senão o sabor de viver e ser responsável pela vida que se vive.

Na realidade, a responsabilidade sempre existiu, desde os tempos mais remotos. No entanto, ela cresce na medida em que também crescemos em maturidade e liberdade de agir. Os pais vão aprendendo a “delegar” aos filhos a responsabilidade por suas próprias vidas. Os filhos começam a aprender o que é ser responsável por suas atitudes. A responsabilidade existe e também a consciência sobre aquilo pelo que sou responsável. A capacidade de escolha aumenta na medida em que a maturidade e a consciência de que somos RESPONSÁVEIS e NÃO CULPADOS por nossas escolhas e atitudes, se desenvolve. Aliás a CULPA é um dos nossos principais inimigos em qualquer processo de ESCOLHA e CRESCIMENTO.

E o que é sentir-se culpado, senão sentir uma enorme onipotência? Sim, se eu sou culpado de algo tão grande assim, sinto um enorme poder de agir e “atrapalhar” a vida de muitas pessoas. Esqueço-me de que estas pessoas também escolhem viver e agir, que também pensam, sentem, atuam. Não somente a mim cabe o processo de escolha, senão a todos os seres viventes deste planeta.

O sentimento de CULPA também me impede de seguir adiante. É um pedido de “adiamento”. É um atestado de “não posso escolher, sinto-me culpado, confuso, etc.” Portanto, não estou apto a escolher neste momento. E assim, matenho-me numa “corda bamba”, na angústia de não estar aqui nem lá e de viver em duas ou mais realidades paralelas, sem optar e sem estar por inteiro em uma delas. Começa o “jogo do SE”. Se eu fizer isso, o que acontece? Se eu agir daquele modo, que irá ocorrer? No entanto, este jogo torna-se mais aterrador, posto que a realidade não é feita de respostas fixas e imutáveis. Como uma onda que vai e vem, e que a cada dia se porta de um modo: algumas vezes bravia, outras calma e tranquila, só podemos realmente saber O QUE Ë ESCOLHER, ESCOLHENDO.

E cada escolha que faço ou cada escolha que não faço, é uma escolha. Se não escolho diretamente, permito que os outros escolham por mim. Se adio indefinidamente uma escolha, permito que o outro escolha “por mim”, porque, na realidade, ele escolhe também por ele. Minha realidade encontra-se permeada por diversas pessoas. As escolhas destas pessoas também afetam a minha vida. No entanto, eu posso decidir e agir de modo a escolher a intensidade em que os outros podem afetar a minha vida.

Parece complexo, não? Mas é verdade. Imagine que você acorda todos os dias e que você, desde o momento em que desperta até o momento de dormir, faz escolhas – sejam pequenas ou grandes escolhas. Você escolhe a roupa que irá usar, o que irá comer no café da manhã, se irá comer ou não, qual será o seu humor durante o dia...sim, tudo aquilo que pensamos e sentimos são reflexos de como percebemos tudo o que vivemos. Isto também é uma escolha. Decidimos que caminho seguir em nossa profissão, casamento, filhos, amigos, em que acreditar, em que não acreditar...estes são apenas alguns exemplos. Tudo isso, são expressões do que somos enquanto seres humanos.

Nossas escolhas estão diretamente relacionadas com aquilo que acreditamos, com aquilo que percebemos e sentimos. E o que percebemos, sentimos e pensamos são também escolhas que aprendemos a fazer. Nossa história de vida está diretamente relacionada com o modo como realizamos escolhas. No entanto, ela não nos impede de avançar quando temos uma dificuldade, se decidimos realmente acreditar que no presente, no atual momento, posso aprender a fazer algo melhor e mais justo comigo mesmo: escolher minha própria vida. Não deixar que os outros escolham por mim, mas eu mesmo “segurar o leme de minha vida em minhas mãos”.

Escolher demanda desejo de viver e de atuar como ator principal em minha vida, e não como coadjuvante. É um processo que exige consciência daquilo que tenho como objetivo, meta em minha vida, por vezes a dificuldade em perceber aquilo que realmente desejo, ou a falta de energia para seguir adiante, também podem ser fatores bloqueadores da escolha. Neste momento, o processo de Psicoterapia, seja ele em grupo ou individual, pode atuar como facilitador do processo de conscientização daquilo que desejo, preciso e das energias necessárias para atuar de modo mais intenso em minha própria vida.

ESCOLHER e AGIR são processos essenciais na construção de uma vida sadia, responsável e feliz. Demanda força, coragem, consciência e energia. É um processo bonito, é o processo da vida, é o processo que me garante ser inteiramente humano – sujeito a quedas, tropeços e re-erguimentos...que fazem parte da vida. A melhor escolha que fazemos é aquela que fazemos e as que decidimos desta para frente. A melhor vida que vivemos é aquela que vivemos com consciência e responsabilidade pelo que somos.

Adriana Marques dos Santos é Psicóloga e Psicoterapeuta Corporal Reichiana

Auto Ajuda - Ser Forte


"Se nós não tivessemos defeitos,
não teríamos tanto prazer em notá-los nos outros"
(La Rochefoucauld)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

As Escolhas De Uma Vida


As Escolhas De Uma Vida

A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões ". Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu.

Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida". Não é tarefa fácil.

No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura.

No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado.

Por isso é tão importante o auto-conhecimento.

Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos.

Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é.

Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: ninguém é o mesmo para sempre . Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido.

A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.

Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem errado mas também têm 50% de chance de darem certo. A escolha é sua.

Na música do Charlie Brown Jr eles dizem: Cada escolha é uma renúncia isso é a vida! E é. Esse texto é do Bial, mas eu com um teco de talento escreveria o mesmo, porque não há nada em que acredite mais... Enfim, o recado tá dado!

Martha Medeiros

Tânia Mara - Sonho Lindo


O que vale na vida
não é o ponto de partida e sim a caminhada.
Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.
(Cora Coralina)

Quando Se Perde O Encanto


Quando Se Perde O Encanto

Você já deve ter ouvido - e porque não falado - que fulano perdeu o encanto. E quando é que alguém perde o encanto para você? Quais são os seus limites? Até onde alguém pode ir sem frustrar suas expectativas?

Falei a palavrinha mágica: expectativa. Embora nós morramos sabendo que não devemos criá-la, quem é que suporta não cair nessa tentação? Quem é que não toma o seu objeto de interesse - amigo, amante, amor, ser admirado - seu ser encantado?

E a criamos e o que acontece? Balde d'água fria na cabeça!

Às vezes, a culpa não é só nossa, eu admito! Tem muita gente dissimulada por aí, que se vende por um milhão e acaba entregando alguns poucos centavos e é fato, contra esses, realmente não há remédio, mas já os demais não. Apostamos fichas em excesso e acabamos é endividados.

Assumo que me tornei um bicho bem do desconfiado e procuro manter meus dois pezinhos atrás, pra tentar ao menos evitar quebrar a cara e não é que ainda assim conseguem me surpreender? Pior que meu problema de, por vezes cair na tentação da expectativa, é o de não conseguir ser a mesma pessoa depois da frustração, decepção, ou seja, lá o raio de sensação que eu venha a sentir.

É meus caros, perdoar talvez realmente seja um ato divino. Pena que há muito perdi minhas asas!

Carine Tebar

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Não Entregue A Direção De Sua Vida A Ninguém


Não Entregue A Direção De Sua Vida A Ninguém

"Tome a tua vida em tuas mãos, e não entregue a direção dela a ninguém. Por mais que te amem, por mais que desejem o teu bem, só você é capaz de saber o que realmente sente e aquilo que você passa de impressão para os outros, nem sempre corresponde ao que vai na sua alma.

Quantas vezes você já sorriu para disfaçar uma lágrima teimosa?
Quantas vezes quis gritar e sufocou o pranto?
Quantas vezes quis sair correndo de algum lugar e ficou por educação, respeito ou medo?
Quantas vezes tudo o que você desejou era apenas um abraço. um consolo, uma palavra amiga e só recebeu ingratidão?
Quantos passos foram necessários para chegar, até onde você chegou?

Criticar é fácil, mas usar o seu sapato ninguém quer, vestir as suas dores ninguém quer. Saber dos seus problemas, só se for por curiosidade. Por isso, não entregue a sua vida nas mãos de ninguém, nada de acreditar que sem essa ou aquela pessoa, você não vai viver. Vai viver sim, o mundo continua girando e, se você deixar, pode te trazer algo muito melhor.

Pegue a direção da sua vida e aponte para onde a placa diz "caminho do sol, bem na curva da felicidade, que te espera sem pressa, para viver com amor e intensidade, a paz, a harmonia e a felicidade."

Paulo Roberto Gaefke